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Prefeitura de Caxias explica que verba à Festa da Uva será para quitar dívidas de edições anteriores

Baixar Áudio por Daniel Lucas Rodrigues

Executivo municipal realizou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (03/12), para também falar sobre o repasse à Codeca. Uma parte vai custear o programa de demissão voluntária da companhia

Foto: Rodrigo Fischer/Tua Rádio São Francisco

A Prefeitura de Caxias do Sul convocou uma coletiva de imprensa para explicar sobre o repasse de cerca de R$ 10 milhões, aprovado pela Câmara de Vereadores nesta semana, para a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), à empresa da Festa da Uva S/A e à Comissão Comunitária da Festa da Uva. Estavam presentes o prefeito Adiló Didomenico, a diretora-presidente da Codeca, Helen Machado, o presidente da Festa da Uva S/A, Bruno Brunelli, e o presidente da Comissão do evento, Fernando Bertotto.

A Comissão Comunitária vai receber R$ 4,5 milhões. R$ 1,6 milhão vai para a Festa da UVA S/A. A empresa coloca que o valor é necessário pelos impactos que teve com a interrupção de eventos em 2020, em consequência da pandemia da Covid-19. Bruno Brunelli fala que foram cancelados perto de 57 eventos no ano passado, que dariam poderio financeiro pela locação dos Pavilhões, de onde vem o sustento do empreendimento. Ele ressalta que o aumento de participação do Município no negócio, com o repasse de R$ 800 mil ao final de 2020, manteve a empresa em funcionamento. A realização da Mercopar, em outubro, teria marcada a pequena retomada da organização.

A verba seria direcionada para a infraestrutura do Parque de Eventos, como adequações no Plano de Prevenção Contra o Incêndio (PPCI), manutenção da iluminação, reestruturação dos banheiros, entre outros. Brunelli explica que o PPCI pode ser entregue até julho do próximo ano, mas que o intuito é entregar antes da 33ª Festa Nacional da Uva, que começa no dia 18 de fevereiro e segue até 6 de março de 2022. Além disso, o recurso será para pequenas obras do Parque, como a pintura de alguns espaços. Ele garante que no início do segundo semestre do ano que vem, grande parte das intervenções serão entregues à população.

A quantia à Comissão Comunitária será para quitar um débito junto ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad). O órgão cuida do pagamento dos direitos autorais de artistas musicais. Segundo o presidente da Comissão, Fernando Bertotto, a dívida teria iniciado na edição de 2012 ou 2014 do festejo. Os R$ 4,5 milhões serão incorporados aos R$ 15 milhões de despesas com esta edição. Mesmo com o valor aportado do Executivo municipal e mais patrocínios, o comitê estima um déficit de R$ 1,5 milhão. Bertotto conta que há uma previsão de faturamento de R$ 5 milhões com bilheteria, mas não abateria o saldo negativo. Ele ressalta que é quase impossível realizar a Festa da Uva sem a participação do poder público, reforçando o trabalho da comissão para tornar a festa superavitária.

A estimativa é que esta edição deva incrementar R$ 250 milhões na economia caxiense e possibilitar cerca de três mil empregos.

Codeca

Já a Codeca vai receber R$ 4 milhões, direcionados para a reestruturação e diminuição de gastos da instituição, segundo colocou a diretora-presidente Helen. Os recursos serão para concretizar o plano de demissão voluntária, substituir contêineres danificados e realizar adequações do Plano de Prevenção Contra o Incêndio (PPCI). Foi explicado que a companhia troca 470 contêineres por mês, sendo um custo alto. A recolocação é feita em razão de falha na operacionalização dos funcionários com o objeto, mas a maioria é efetuada por ações de vandalismo.

Já o projeto de desligamento da Codeca seria necessário para economizar cerca de R$ 300 mil por mês em folha de pagamento, devido a funcionários que recebiam salários acima do cargo estabelecido ou por causa da incorporação de Função Gratificada (FG). Dados apresentados mostram que os salários comprometeriam 80% da receita da instituição. O setor de Pavimentação e Obras, com perto de 300 trabalhadores, seria o mais atingido pelo programa. Foi relatado que, em alguns casos, a pessoa recebia R$ 4 mil e, por conta de FGs, a remuneração subia para R$ 7 mil. Outra questão foi que a empresa teria aumentado o salário de alguns funcionários para realizar a mesma função. Cerca de R$ 2 milhões serão destinados para esta iniciativa.

Segundo Helen, a situação deficitária ocorre de gestões anteriores que negligenciaram as questões financeiras da companhia. Ela diz que a falta de ações para conter os débitos impactam na carência de um serviço adequado à comunidade. Ela coloca que o recurso não é o suficiente para suprir a demanda, mas que já está em tratativas com bancos para negociar futuros empréstimos, a fim de conseguir pagar até o 13º salário.

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