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Com ensino de robótica, Programa Florescer prepara jovens para os desafios do futuro

por Marina Lima de Oliveira

Iniciativa do Instituto Elisabetha Randon amplia acesso de crianças e adolescentes a oficinas de educação tecnológica, estimulando interesse pela inovação e possibilidades no mercado de trabalho

Foto: Pablo Ribeiro/Tua Rádio São Francisco

Em 20 anos de existência, o Programa Florescer, iniciativa de responsabilidade social do Instituto Elisabetha Randon (IER), comprova, em números, o impacto social determinante para a formação de milhares de crianças e adolescentes.

Considerando os núcleos de Caxias do Sul, localizados nos bairros de Interlagos e Forqueta, e as franquias, instaladas nos estados da região Sul, cerca de 15,9 mil usuários já foram beneficiados.

As ações do programa tratam de educação e formação humana, realizadas no turno inverso ao da escola, e são oferecidas para o público na faixa de 6 a 15 anos inserido no contexto de vulnerabilidade social. A rotina é preenchida com atividades pedagógicas, culturais e sociais envolvendo apoio à escolarização, informática e inglês, além de atividades recreativas e esportivas e musicalização. 

O incentivo à mentalidade de inovação também integra a rotina do programa desde o seu início. Em 2022, as oficinas e estudos sobre robótica educacional, realizadas por intermédio de instituições de ensino parceiras para os alunos de iniciação profissional, passaram a ser oferecidas a todos os 360 alunos do programa, integrando o cronograma diário de atividades das crianças e adolescentes dos núcleos localizados junto às Empresas Randon, em Caxias do Sul, e junto à Fras-le, no bairro Forqueta.

As oficinas de robótica se baseiam em um método de aprendizagem focado na pesquisa, descoberta e construção de robôs. Para isso, são usados kits de montagem com peças variadas, como motores, engrenagens, rodas, eixos e circuitos eletrônicos.

No turno da manhã, participam das oficinas as crianças na faixa de 8 a 11 anos, divididas em duas turmas. Os grupos experimentam os kits de Lego NXT, que de forma simplificada, introduzem o conceito de educação tecnológica aos pequenos.

Nos turnos da tarde, dos 11 aos 16 anos, os usuários têm a oportunidade de aprofundar os conhecimentos em robótica, no ramo de iniciação profissional do programa.

Aqui, o desafio é a construção de robôs funcionais, que se movimentam e possuem circuitos eletrônicos, a partir de modelos encontrados na internet. Interpretando fluxogramas, os alunos utilizam linguagem de programação aliada à criatividade para executar os projetos.

Imersos em conceitos matemáticos e de informática, os grupos potencializam o raciocínio lógico e a investigação científica. O despertar do interesse pela tecnologia e inovação é uma consequência natural.

Conforme explica Maurien Randon Barbosa, diretora-presidente do IER, a ideia é, de forma lúdica, aproximar as crianças e adolescentes de conceitos que serão úteis tanto no processo de aprendizado em sala de aula, como desenvolver o interesse pela inovação e tecnologia, que pode frutificar no mercado de trabalho.

O Programa Florescer sempre teve o olhar muito forte para a formação integral, com oportunidades para que as crianças e os jovens consigam se desenvolver melhor nos estudos, mas que também aprendam valores e habilidades que os preparem para a vida. A robótica educacional tem esse papel ao apresentar esse universo da inovação e, assim, estimular o aluno que descobre essa afinidade a buscar o seu lugar em um mercado de trabalho promissor”, destaca.

O setor de tecnologia da informação foi o que mais cresceu durante a pandemia na América Latina, segundo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, desenvolvido em parceria com o LinkedIn. Ao mesmo tempo, cresce a lacuna no preenchimento de vagas.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), o mercado de trabalho brasileiro demanda cerca de 70 mil profissionais de tecnologia anualmente, porém, apenas 46 mil se formam na área nesse período.

A robótica se alinha à qualificação técnica e, ao abrir uma nova perspectiva para o futuro desses jovens, reforça a continuidade da formação humana, social e pedagógica, que é o grande trabalho do programa ao longo de 20 anos”, complementa Maurien.

Além de robótica educacional, os jovens de 15 e 16 anos integrados ao Florescer Iniciação Profissional acessam cursos para uma melhor inserção no mercado de trabalho, por meio de parceiros como o SENAI.

Florescer: números confirmam impacto social

Desde a criação do Programa Florescer, em 2002, foram beneficiadas cerca de 15,9 mil crianças e adolescentes. As casas nos bairros Interlagos e Forqueta, em Caxias do Sul, somam 6,9 mil atendimentos, com 98% de aprovação escolar entre os usuários. Com início em 2004, o Florescer Iniciação Profissional já teve participação de 990 jovens, com 85,66% de aprovação escolar.

No decorrer de duas décadas, as franquias sociais do programa já realizaram cerca de 8 mil atendimentos. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui duas unidades em Vacaria, que já recebeu cerca de 1,5 mil usuários na Associação de Meninos e Meninas Assistidos (AMMA), alcançando 95% de aprovação escolar; em Bento Gonçalves, onde 2,3 mil atendimentos foram realizados na Abraçaí, com 70% de aprovação escolar; e em Erechim, 57 crianças e adolescentes que passaram pelo Instituto Zilmo Scanagatta desde sua fundação em 2020, com 100% de aprovação escolar entre os usuários.

Em Maringá (PR), está em funcionamento a unidade por meio de parceria com a G10/ Rodoparaná. São 827 jovens atendidos no total e 98% de aprovação escolar entre os usuários. O Florescer também já contou com franquias sociais em Ribeirão Preto (SP), Curitiba (PR), Farroupilha (RS) e Balneário Piçarras (SC).

Em setembro deste ano, o Programa inaugurou um núcleo próprio em Joinville (SC), com apoio da Fremax, empresa do grupo Fras-le, para oferta de atividades a crianças no turno contrário ao da escola. No mesmo período, foi inaugurada a segunda unidade junto à Associação de Meninos e Meninas Assistidos (AMMA), em Vacaria (RS).

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