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Controle da pressão arterial não se limita a deixar de comer churrasco

por Marco Aurélio Santana

Médico cardiologista alerta que tem outros fatores determinantes para serem observados

Foto: Divulgação

O tradicional churrasco entra como o vilão, quando falamos de hipertensão ou queremos justificar as alterações na pressão arterial. O cardiologista Daniel Souto, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (Socergs), e membro da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrig), não entende desta forma. Para ele o churrasco é só mais um dos fatores, mas se tratando de Rio Grande do Sul, é um fator bem importante. “Os gaúcho ingerem carne com excesso de gordura e isso pode elevar os níveis de colesterol, além da quantidade de sal que culturalmente usamos”, explica. Para ele, são duas situações determinantes para o desenvolvimento da pressão alta.

O cardiologista acrescenta ainda o sedentarismo, como algo a ser considerado para os problemas de hipertensão, já que muitas pessoas não fazem atividades físicas, vão engordando e provocando a obesidade, que gera a hipertensão. Ele considera também os fatores genéticos como possíveis responsáveis por gerar o aumento da pressão arterial e recomenda que é importante ficarmos atentos ao histórico familiar, com medição da pressão sistematicamente.

“Nós sempre chamamos a hipertensão de inimiga silenciosa, porque ela não dá sintomas. A maioria das pessoas está com pressão elevada durante muito tempo, não sentem absolutamente nada, poucos pacientes tem dor na nuca, tontura, um pouco de mal estar, mas a maioria não sente nada, então o único jeito de verificar se tem pressão alta ou não, é medindo”, alerta.  Para ele o ideal é que se faça pelo menos três medições, para chegar a conclusão que a pressão está elevada ou não. Uma forma de buscar essas informações segundo ela, é ir no site da Sociedade Brasileira de Cardiologia (www.cardiol.br), onde  tem um manual de orientações disponível na internet.

Orientações

Segundo o médico é importante ter uma base de conhecimento em relação a esse problema para saber como buscar a prevenção, através da medição da pressão.  Ele recomenda de cinco a dez minutos de repouso antes de medir, pois não adianta fazer exercícios e ir mediar a pressão, também não pode fumar e tomar café preto, sentado com o braço na altura do coração. “O ideal no consultório médico é medir nos dois braços, para ver se existe alguma diferença. O normal é 12/08 e cada vez mais a gente tenta buscar esse valor, porém se alguém perceber que fica a cima disso é importante buscar tratamento médico”, aconselha.

O médico orienta ainda que é importante que se mesa a pressão arterial das crianças, mas a maior prevalência começa aumentar a partir dos 12 anos, quando devemos ficar mais atentos. A pressão alta que surge em indivíduos mais jovens é em função de algumas doenças, como tireoide e doença dos rins, o que pode fazer com a pressão suba mais precocemente, mas é recomendado começar a observar a partir dos doze anos de idade, pois sempre que o paciente procurar um consultório deve fazer a verificação da pressão arterial.

A Associação Americana do Coração, recentemente publico uma orientação sugerindo que as pessoas façam 30 minutos de exercícios aeróbicos, ao dia, cinco vezes por semana. “É uma carga importante de exercícios, 150 minutos por semana e outra recomendação é reduzir a ingestão de sódio, a orientação é cinco gramas durante o dia, contando que o sal já existe no alimento. Se eu estou hipertenso eu posso estancar, basta fazer exercícios, uma dieta bem caprichada e com a redução do sal, a gente consegue colocar essa pressão no lugar. Se isso não der certo, a gente vai para o medicamento e começa com o tratamento médico”, avisa.

Daniel Souto conclui dizendo que de fato não existe um culpado único para a pressão alta, o que não pode é comer churrasco cinco vezes por semana e não fazer nenhum exercício, ou fumar e quem tem diabete não tratar. Ele recomenda substituir a carne gorda por magra, com menos calórica e usar o mínimo de sal possível para ter uma carne de sabor bom e sem aumentar muito a pressão arterial.

Pesquisa

Uma pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada no início de maio, revela que o número de pessoas diagnosticadas com hipertensão no país cresceu 14,2% na última década, passando de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016. As mulheres registram mais diagnósticos da doença: o grupo passou de 25,2% para 27,5% no período, contra índices de 19,3% e 23,6% registrados entre homens. Palmas é a capital brasileira com a menor prevalência de diagnósticos da doença, com 16,9 casos para cada 100 mil habitantes.

Porto Alegre está entre as cidades com mais diagnósticos de hipertensão no Brasil. A capital gaúcha ocupa a terceira posição, com 28,2 casos para cada 100 mil habitantes — a primeira da lista é Rio de Janeiro (31,7), seguida de Recife (28,4).

O indicador aumenta com a idade e é maior entre os que apresentam menor escolaridade. Nas pessoas com idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, o índice é de 4%. Já entre brasileiros de 35 a 44 anos, o índice é de 19,1% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 49%. O maior registro, entretanto, é na população com 65 anos ou mais, que apresenta índice de 64,2%.

Em relação à escolaridade, os que têm até oito anos de estudo apresentam índice de diagnóstico de hipertensão de 41,8%. O percentual cai para 20,6% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 15% entre os que têm 12 ou mais anos de estudo.

 

por José Theodoro

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio Veranense

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