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Vacinas CoronaVac, Oxford e Pfizer se mostraram eficazes contra a variante de Manaus

por Almeri T Angonese

Em testes laboratoriais, as vacinas neutralizaram a variante, conhecida como P1, originada em Manaus.

Foto: Divulgação

De acordo com estudos preliminares, a CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford e a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, mostraram ser eficazes contra a variante de Manaus do coronavírus. A variante do coronavírus, conhecida como P1, e originada em Manaus é apontada como mais transmissível do que cepas anteriores do vírus e, por isso, é vista como um dos fatores que levaram a elevação nos números relacionados a pandemia de covid-19 no Brasil nas últimas semanas.

A pesquisa sobre a CoronaVac foi conduzida pelo Instituto Butantan, responsável pelo estudo clínico da vacina e pelo envase do imunizante no Brasil. O estudo foi feito por meio do exame de amostras de sangue retiradas de pessoas vacinadas com a CoronaVac e testadas contra a variante de Manaus, os dados preliminares indicam que o imunizante foi eficaz contra a cepa. O estudo ainda será ampliado para a obtenção de dados definitivos.

O Butantan já entregou 16,1 milhões de doses da CoronaVac, que é aplicada em duas doses, ao PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde. Além desse montante, o PNI conta atualmente com quatro milhões de doses importadas prontas da Índia da vacina desenvolvida em conjunto entre a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, no Reino Unido. O presidente do Butantan, Dimas Covas, disse anteriormente que a CoronaVac teve resultados promissores em testes feitos na China contra as variantes britânica e sul-africana da covid-19, também apontadas como mais contagiosas que cepas anteriores.

Vacina de Oxford

A eficácia também foi comprovada em estudos preliminares feitos pela universidade inglesa e pelo laboratório AstraZeneca. A informação foi confirmada pelo diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, que dirige a unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos.

Os resultados do estudo sobre a vacina de Oxford/AstraZenece foram confirmados hoje pelo diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma. A Fiocruz firmou parceria com a AstraZeneca para o envase e futura produção integral da vacina contra covid-19 no Brasil. Até o momento, 4 milhões de doses da vacina importadas prontas da Índia estão sendo aplicadas no PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde. A expectativa da Fiocruz é que as primeiras doses da vacina envasadas no Brasil sejam entregues ao Ministério da Saúde a partir de meados deste mês.

Vacina Pfizer

De acordo com um estudo de laboratório que foi publicado na revista científica New England Journal of Medicine na segunda-feira, dia 08. A vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com a alemã BioNTech contra a covid-19 foi capaz de neutralizar uma variante do coronavírus que está se espalhando rapidamente pelo Brasil.

O sangue colhido de pessoas que receberam a vacina neutralizou uma versão fabricada do vírus que continha as mesmas mutações carregadas na porção espinhosa da altamente contagiosa variante P.1, identificada primeiramente no Brasil, concluiu o estudo conduzido por cientistas das empresas e do setor médico da Universidade do Texas.

Em estudos publicados anteriormente, a Pfizer havia concluído que sua vacina neutralizava outras variantes mais contagiosas identificadas primeiramente no Reino Unido e na África do Sul, embora a variante sul-africana possa reduzir os anticorpos protetores suscitados pela vacina. Os cientistas disseram que a capacidade de neutralização era mais ou menos equivalente ao efeito da vacina em uma versão do ano passado e menos contagiosa do vírus. Os espinhos, utilizados pelo vírus para adentrar as células humanas, são o principal alvo de muitas das vacinas contra a covid-19.

A Pfizer tem afirmado que acredita que sua atual vacina ainda tem alta probabilidade de proteger contra a variante sul-africana. Entretanto, a farmacêutica está planejando uma terceira dose de reforço da vacina, assim como uma versão reformulada para combater a variante e assim entender melhor a resposta imunológica.

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CoronaVac/Butantan:

A vacina de origem chinesa é feita com o vírus inativado, isso quer dizer que, ele é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico. Ou seja, o corpo que recebe a vacina com o vírus, já inativado, começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença. As células que dão início à resposta imune encontram os vírus inativados e os capturam, ativando os linfócitos, células especializadas capazes de combater microrganismos. Os linfócitos produzem anticorpos, que se ligam aos vírus para impedir que eles infectem nossas células.

A eficácia geral da CoronaVac é 50,38%, ou seja, os vacinados têm 50,38% menos risco de adoecer e, caso pegue covid-19, a vacina oferece 100% de eficácia para não adoecer gravemente e 78% para prevenir casos leves. No Brasil, ela é produzida pelo Instituto Butantan. Os testes para estudos clínicos com a CoronaVac começaram em julho de 2020 em oitos estados brasileiros. O estudo foi realizado com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde e expostos diariamente à covid-19. A aplicação da vacina começou no dia 17 de janeiro após aprovação emergencial da ANVISA.

 

Oxford/AstraZeneca/Fiocruz.

A vacina produzida pela Universidade de Oxford usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante. Por isso, utiliza um "vírus vivo", como um adenovírus, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde. Este adenovírus também é modificado por meio de engenharia genética para passar a carregar em si as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus, conhecida como espícula. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exibam em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o vírus e cria uma resposta protetora contra uma infecção. 

A vacina tem eficácia geral de 70%. Sendo, 62% quando aplicada em duas doses completas e 90% com meia dose seguida de outra completa. Para produção no Brasil, houve a transferência de tecnologia para Bio-Manguinhos, a unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz. Voluntários brasileiros também participaram da fase de testes: foram 10 mil pessoas no total em cinco estados. A vacina já começou a ser aplicada no Brasil a partir de um lote enviado pelo laboratório indiano Serum. Para produzir a vacina localmente, a Fiocruz depende da chegada do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) vindo da China.

 

Pfizer/BioNTech

A vacina utiliza a tecnologia chamada de mRNA ou RNA-mensageiro, diferente da CoronaVac ou da AstraZenca/Oxford, que utilizam o cultivo do vírus em laboratório. Os imunizantes são criados a partir da replicação de sequências de RNA por meio de engenharia genética, o que torna o processo mais barato e mais rápido. O RNA mensageiro mimetiza a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que o auxilia a invadir as células humanas. Essa "cópia", no entanto, não é nociva como o vírus, mas é suficiente para desencadear uma reação das células do sistema imunológico, que cria uma defesa robusta no organismo. O imunizante da Pfizer precisa ser estocado a -75ºC, sendo esse um dos grandes desafios para os países.

De acordo com a farmacêutica Pfizer, a vacina tem uma eficácia de 95%, essa conclusão foi obtida após o final da terceira fase de testes. No Brasil, os testes foram feitos em São Paulo e Bahia. No dia 23 de fevereiro, o imunizante teve o registro definitivo aprovado pela ANVISA, sendo o primeiro do país. No entanto, apesar da liberação, o governo Bolsonaro ainda não assinou compra com o laboratório. A vacina já está sendo aplicada em diversos países do mundo.

 

Fonte: UOL e R7.com

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