A Prefeitura de Caxias do Sul deve repassar para o Hospital Geral (HG) uma verba de R$ 1,5 milhão de recursos oriundos do leilão do pré-sal para a cidade, que totalizou R$ 4 milhões. O acordo do repasse de parte da verba foi firmado nesta semana, em uma reunião entre o prefeito Flávio Cassina (PTB), o vice Edio Elói Frizzo (PSB), a direção do hospital e o vereador Rafael Bueno (PDT).

O montante será usado no reinício das obras para novos leitos. Atualmente, o local possui 237 camas para pacientes e poderá passar para 355 caso seja investida a quantia. O aumento seria de 10 leitos na UTI adulto, nove na pediátrica, 20 na neonatal e 198 na internação.

Em entrevista à Tua Rádio São Francisco, o parlamentar afirma que o repasse seria uma forma de devolver um valor não estornado pela gestão do prefeito cassado Daniel Guerra (Republicanos) ao hospital. A falta do montante gerou a paralisação das intervenções. Ele estima que até R$ 2 milhões possam ser investidos no espaço. Segundo ele, a construção de mais leitos atenuaria as esperas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade. Outra ajuda seria diminuir o aguardo de pacientes da Serra Gaúcha por uma cama hospitalar. “Com o Hospital Geral (HG) iremos garantir o desafogo de outros setores, como da UPA Central e da UPA Zona Norte. Também temos muitas pessoas que ficam horas na fila para aguardar um leito nos hospitais e não tem espaço, principalmente no HG que é a porta de entrada para a população de Caxias do Sul e dos 49 municípios da região da Serra Gaúcha. A falta de leito gera todo um desconforto, não somente nas UPAs e nos hospitais, mas na cidade que amarga um triste índice de seis mil pessoas na lista de espera para fazer vários tipos de cirurgias.”.

O diretor do Hospital Geral, Sandro Junqueira, explica que obra está parada desde dezembro de 2016 e que, após a oficialização da transferência, será organizado um modo de recomeçar as intervenções. “Ficamos muito satisfeitos com a informação do possível encaminhamento de valores para a retomada das obras. As intervenções estão paradas desde dezembro de 2016 e temos a possibilidade da reconstrução. Estamos organizando junto ao setor de arquitetura e engenharia uma forma de reiniciar essa obra. Tão logo o prefeito [Flávio] Cassina destine a verba, vamos dar continuidade imediatamente a esta ampliação que é tão importante para Caxias do Sul e para a Serra Gaúcha.”.

Na próxima terça-feira (11/02), Bueno e a direção do Hospital Geral estarão em Brasília a fim de buscar mais recursos para a saúde pública da cidade com parlamentares da bancada do Rio Grande do Sul. O vereador explica que a viagem se mostra necessária por ter recursos destinados aos deputados gaúchos, que devem usá-los especificamente aos hospitais regionais. O montante sairia de uma parte dos R$ 25 milhões. “Tivemos conhecimento de um valor que foi liberado para a bancada gaúcha a fim de ser destinado no próximo mês para a saúde publica, em especifico os hospitais regionais. Como o HG atende a Serra Gaúcha, ele pode vir a ser contemplado com parte desse recurso. Pelo que estou sabendo nos bastidores, cerca de R$ 25 milhões será a quantia que os deputados terão.”

Junqueira ressalta que a ida à capital federal vai servir para conseguir verbas a fim de manter o hospital. A quantia seria investida na compra de medicamentos, materiais hospitalares e no custo de exames clínicos. Conforme ele, a viagem é feita todo ano, pois não há representantes de Caxias do Sul na Câmara dos Deputados. “Há também o outro lado: o custeio do hospital, ou seja, manter o dia a dia. Estamos indo a Brasília, como vamos todos os anos, buscar com os deputados federais emendas para manutenção que ajudarão na compra de material, de medicamentos e nos custos dos exames. Vamos novamente falar com eles a medida que não temos deputados de Caxias do Sul que nos representem. Então fazemos uma peregrinação em todos os gabinetes, mostrando a importância do hospital e o trabalho que faz para toda a região.”.

Sancionada a verba, a direção do Hospital Geral estima que em 30 dias as obras possam ser retomadas. Hoje me dia, o local atende cerca de um milhão de pessoas da região da Serra Gaúcha.