Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff foram denunciados no âmbito da Operação Lava Jato pelo crime de organização criminosa.

Os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, a senadora Gleisi Hoffmann - do PT, o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da parlamentar, e os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Edinho Silva também serão investigados.

Na denúncia, apresentada nessa terça-feira, 05, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o núcleo político do Partido dos Trabalhadores é acusado de receber propina desviada da Petrobras.

Para dar uma noção do prejuízo aos cofres públicos, Janot cita acórdão do Tribunal de Contas da União que estimou perdas da ordem de R$ 29 bilhões só na Petrobras.

De acordo com o procurador, o esquema permitiu que os denunciados recebessem cerca de R$ 1,5 bilhão em propina. Na peça, Janot diz que Lula e Dilma usaram a presidência para cometer crimes contra a administração pública desde meados de 2002 até maio de 2016.

Ele afirma ainda que Lula era o líder dessa suposta organização criminosa, e acrescenta que, mesmo após a saída de Lula da Presidência, o ex-presidente  continuou a exercer liderança, em razão da forte influência que tinha sobre a então presidente Dilma.

A PGR também pede indenização de no mínimo R$ 150 milhões, valor que inclui devolução à Petrobras de suposto dinheiro desviado, e também danos morais e materiais.

Além dos citados, de acordo com Janot, esse núcleo político também era composto por integrantes do PMDB e do PP, que serão investigados em outros inquéritos.

Como a senadora Geise Hoffman tem foro privilegiado, a denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal, mas a procuradoria pediu desmembramento para que a denúncia contra outros acusados como Lula e Dilma seja enviada à Justiça federal em Curitiba.