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Procuradoria Geral da República pede abertura de inquérito contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles

por Almeri T Angonese

O pedido foi feito Supremo Tribunal Federal (STF), após procuradores analisarem notícia-crime da Polícia Federal, segundo a qual há suspeita de que Salles teria tentado atrapalhar investigação.

Foto: José Cruz/ Agência Brasil

A Procuradoria Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito para investigar o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A relatora do caso será a ministra Cármen Lúcia.

O pedido foi feito após procuradores analisarem a notícia-crime apresentada contra o ministro pelo delegado Alexandre Saraiva, da Polícia Federal (PF) do Amazonas, por suspeita de que o Ministro teria tentado atrapalhar a investigação sobre a maior apreensão de madeira da história e defender o interesse de madeireiros ilegais. A assessoria de Ricardo Salles enviou uma nota, afirmando que será uma ótima oportunidade para esclarecer os fatos.

No pedido, o Ministério Público informou que quer apurar se o Ministro do Meio Ambiente cometeu crimes como: advocacia administrativa; obstar ou dificultar a fiscalização ambiental; impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

O documento enviado pela PGR ao STF é assinado pelo vice-procurador-geral, Humberto Jaques de Madeiros. No fim do mês passado, Cármen Lúcia enviou à PGR pedidos de apuração apresentados em notícias-crime contra o Ministro do Meio Ambiente, apontando que os fatos narrados são altamente graves e envolvem temas significativos para a vida saudável no planeta, como a questão ambiental. Além disso, a PGR relatou ao STF que, no caso relatado por Alexandre de Moraes, está sendo investigada a atuação de servidores ocupantes de cargos em comissão do Ministério do Meio Ambiente, indicados por Salles, que estariam atuando para garantir interesses de empresas madeireiras.

No documento, a PGR destaca que, existem diversos episódios de atuação desses servidores em desacordo com as recomendações técnicas, agindo com o objetivo de promover a regularização de cargas exportadas de forma irregular e apreendidas por autoridades dos Estados Unidos. Ainda conforme o documento, o cenário evidencia amplamente, a necessidade de aprofundar as investigações sobre os fatos apurados.

Ainda de acordo com o documento da PGR, o Ministro chama a investigação de “infundada” em declarações ao Ministério Publico, mas confirmou ter participado de reunião com empresários para tratar de assuntos relativos a uma operação da PF.  Finalizando, a PGR afirma que o fato do Ministro ter comparecido a reunião mencionada, bem como as manifestações públicas sobre a investigação da Polícia Federal, merecem ser devidamente esclarecidos.

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