Polícia Civil fecha dez clínicas geriátricas clandestinas em Porto Alegre
Um dos estabelecimentos funcionava no mesmo local que um galinheiro
Dez clínicas clandestinas geriátricas foram fechadas na manhã desta segunda-feira na operação Senectus deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com o Conselho Municipal do Idoso e a Vigilância em Saúde de Porto Alegre. Em um dos locais, no bairro Rubem Berta, um idoso e duas pessoas com necessidades especiais encontravam-se em cárcere privado dentro de uma casa que estava lacrada. “Na frente, para disfarçar e para o pessoal da rua não enxergar, tinha um galinheiro. Essas pessoas estavam trancafiadas dentro de casa. Tinha uma parede de tijolos que os policiais removeram. As janelas tinham cadeados”, relatou a delegada Larissa Fajardo, titular da DP de Proteção ao Idoso. Ela citou ainda, como exemplo, os casos de retenção de cartões bancários das vítimas. “Os proprietários das clínicas ficavam com os cartões dos idosos e sacavam os benefícios”, resumiu.
Outra ocorrência envolveu um lugar que já havia sido fechado judicialmente em outra visita de fiscalização, mas permanecia em funcionamento apesar da proibição. Diversos alimentos com prazo de validade vencidos, como farinha de trigo, também foram descobertos pelos agentes, sendo recolhidos.
Durante a operação Senectus foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão nas zonas Norte e Sul da Capital, além de Viamão. Três pessoas, sendo duas mulheres e um homem, foram presas em flagrante pelos policiais civis. Todos as dez clínicas clandestinas ficaram interditadas. Alguns idosos foram deixados com responsáveis ou parentes, enquanto outros ficaram temporariamente aos cuidados de órgãos municipais.
A delegada Larissa Fajardo disse que uma nova etapa do trabalho investigativo será realizada a partir de agora na operação Senectus. Segundo ela, trata-se de “verificar a situação dos idosos”, como apurar se os mesmos haviam sido abandonados pelas famílias e também se sofreram abusos e maus tratos. De acordo com a titular da DP do Idoso, a investigação começou após denúncias de que clínicas geriátricas estariam funcionando de forma irregular e sem autorização para funcionamento. Os locais considerados mais críticos foram então escolhidos.
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