Em entrevista ao programa Temática na Tua Rádio Veranense, o promotor de justiça, Dr. Lucio Favo Miotto, falou como está o andamento das investigações da “Operação Fango”, que traduzindo significa “lama”, deflagrada em Veranópolis no dia 03 de abril deste ano.

De acordo com o promotor a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (DEAT/DEIC) está realizando a analise da documentação que apura se houve a prática de crimes de estelionato contra a administração pública e associação criminosa, entre outros, no âmbito da Prefeitura de Veranópolis.

Durante a ação foram apreendidos documentos relacionados à licitação vencida pela empresa investigada, além de notas fiscais, talonários, notas de empenho, relação de beneficiários do esquema e registro de arma de fogo vencido. Quanto ao maquinário que prestava serviço à prefeitura, foi constatado que estariam irregulares, com documentação vencida.

Segundo o delegado Max Otto Ritter, em 03 de abril, foram cumpridos treze ordens judiciais, sendo seis mandados de busca e apreensão e as demais de indisponibilidade de bens dos investigados, visando ao ressarcimento ao erário municipal. "A investigação teve início no final do ano de 2016, a partir de denúncias de irregularidades envolvendo a prestação de serviços de horas-máquina por empresa contratada pela Prefeitura Municipal, os quais são subsidiados com recursos próprios do município, por meio de política pública desenvolvida pela Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, para beneficiar produtores rurais", conta o delegado.

Segundo as investigações, haveria uma combinação entre agentes públicos e produtores rurais no acerto do uso e pagamento de horas-máquinas de retroescavadeiras aos agricultores, para que estes certificassem o uso a maior do serviço efetivamente prestado, não se descartando a hipótese de terem sido atestados serviços que não tenham sido executados, acrescenta Ritter. Conforme o diretor de investigação criminal do DEIC, delegado Sander Cajal, acredita-se que a fraude possa ter causado prejuízo ao erário municipal entre os anos de 2014 a 2016.

Ouça a manifestação do promotor de justiça, Dr. Lucio Favo Miotto