Colheita da macela: tradição pascal e saúde
Planta tem propriedades medicinais e é indicada, inclusive, como relaxante muscular e calmante
Entre os diferentes simbolismos ligados à Páscoa, a colheita de macela na Sexta-Feira Santa é prática bem tradicional, principalmente, na região Sul do País. Embora não se conheça, exatamente qual a relação com a data, há versões que ligam essa tradição ao cenário que se apresentava no momento em que Jesus Cristo subiu o calvário com a cruz. O que se comenta é que no caminho havia grande quantidade de ramas de macela. Assim, a planta ganhou conotação sagrada. Diz-se que faz bem para todos os problemas quando colhida nas primeiras horas da manhã da Sexta-feira Santa, ante do nascer do sol.
Planta campestre, amplamente aromática, com flores douradas, utilizada com fins medicinais, a macela é também conhecida como marcela, e tem outros tantos apelidos como alecrim de parede, losna do mato, chá de lagoa. É usada, inclusive, para fins terapêuticos ao compor o preenchimento de travesseiros medicinais, geralmente encontrados em lojas de produtos naturais e artesanatos. As propriedades curativas da macela assumiram importância na medicina através da infusão de suas flores e folhas secas, no combate às cólicas abdominais, flatulências, diarreias, epilepsia, nervosismo e insônia. O chá de macela é indicado até como relaxante muscular e calmante, como destacou Lisiana Ramos, do escritório municipal da Emater de Vila Maria, no quadro Saúde e Bem-estar desta quinta-feira, 13/04. Ouça no player de áudio.
Nativa em várias regiões da América do Sul, a macela é a planta medicinal símbolo do Rio Grande do Sul. A ingestão das flores encontradas em beira de estradas deve ser evitada. A colheita deve ser feita em locais onde não há tráfego de veículos, em razão da emissão de gases tóxicos. O extrativismo completo também não é recomendado com vistas a permitir a contínua refloração.
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