“Não foi simplesmente botar uma bicicleta por colocar uma bicicleta”, diz amigo sobre retirada de ghost bike na BR 470
Na segunda-feira (07), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) decidiu pela retirada da ghost bike – uma espécie de monumento em memória do ciclista Miguel Angelo Valente, que morreu no local em dezembro após acidente – das margens da BR 470, em Veranópolis. A justificativa do órgão é de que a bicicleta chamaria muita atenção dos motoristas, além de ter a possibilidade da mesma se tornar um ponto turístico, podendo trazer transtornos ao trânsito.
Além da bicicleta que pertenceu a Valente, também foi afixado um banner na entrada da cidade, junto ao pórtico dos imigrantes, o qual dá orientação aos motoristas para que haja respeito entre estes e os ciclistas que transitam às margens da rodovia.
Em entrevista à Tua Rádio Veranense, Ladevir Guarda, amigo de Miguel Valente, contou que ficou sabendo da remoção da homenagem através de amigos e que assim que soube, foi até o responsável pelo DNIT para entender a motivação do órgão. Ele ainda chegou a afirmar que a ghost bike não seria retirada.
“A gente observa na beira da via que tem muitos locais de acidente que tem monumentos aos as pessoas que morreram no local. Então, era uma homenagem que nós queríamos fazer para o Miguel, que era uma pessoa muito conhecida na cidade, que tinha amizade com todo mundo e prestava ajuda pra muita gente. Era uma homenagem a um grande amigo e seria uma maneira de mostrar aos motoristas que passassem pelo local a olharem com mais atenção ao ciclista. Não foi simplesmente botar uma bicicleta por colocar uma bicicleta”, revela.
Guarda afirmou estar triste e acreditar que a maneira como tudo aconteceu foi muito injusta. “Pareceu injusto da maneira que foi feita. Talvez tivesse que ter sido colocado um pouco mais para fora da via ou um pouco mais menos visível. Mas nossa ideia não era que fosse retirada”, lamenta.
Ele ainda reforça que há muitos motoristas que tratam o ciclista com muito respeito, sejam eles de veículos pequenos ou de carretas.
“Eles já dão uma buzinadinha leve de longe, tu percebe que ele tá buzinando pra te avisar Quando ocorre do ciclista estar muito próximo da pista você, eles dão um espaço maior, porque algumas das nossas rodovias, inclusive a BR 470 não tem acostamento. E muitas vezes, dependendo da localidade em que você vai, você é obrigado a pegar o asfalto. Também há aqueles que muitas vezes passam tirando o fininho dos ciclistas. Também há aqueles ciclistas que muitas vezes têm espaço pra ele pedalar fora da pista e ele muitas vezes pedala na via. Então eu não vou culpar só os motoristas. Eu acho que tem que ter a empatia tanto do ciclista como do motorista. Motoristas cuidem mais dos nossos ciclistas. E vocês ciclistas também tenham um pouco mais de atenção quando pedalam nas vias.”, conclui.
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