Homem é condenado por maus tratos a animais em Veranópolis
Em 11 de janeiro de 2021, um caso envolvendo o resgate de animais ganhou destaque em Veranópolis. Uma propriedade, localizada na zona rural do município, foi alvo de uma ação conjunta por parte da Fiscalização Ambiental Municipal, Grupamento de Polícia Ambiental (PATRAM) e a ONG Instinto Coruja, onde foram encontrados animais de pequeno, médio e grande porte em situação análoga a maus tratos. A operação durou cerca de 10 horas.
Pouco mais de um ano depois, esta história teve um desfecho, que foi anunciado na manhã desta sexta-feira (04) através das redes sociais da ONG. O proprietário recebeu a condenação de quatro anos e dez meses de prisão, pelo crime de maus tratos a animais, a serem cumpridos em regime semiaberto, além de ser proibido de criar cães pelo período se três anos.
Através de nota, a ONG comemorou a decisão da Justiça, mas reforçou que há tempo hábil para que a parte acusada entre com recurso.
“Ainda há tempo hábil para recurso, porém, estamos confiantes de que o Sistema Judiciário não irá abrandar a pena. Precisamos mostrar que maus tratos é crime e que o caso está sendo tratado como tal”, diz o texto.
Relembre a história
Aves, coelho, ovelhas, equinos e 16 cães encontravam-se em ambiente insalubre, apresentando problemas de saúde, desidratação e desnutrição. No local, inclusive, havia animais mortos. Além disso, também foi encontrada uma espécie proibida no país, conhecida como “javaporco”, resultado da cruza entre um porco e um javali. Após serem retirados da propriedade foram encaminhados para receber os devidos cuidados veterinários. O proprietário foi conduzido à delegacia, autuado em flagrante, mas liberado em seguida para responder em liberdade.
A ONG Instinto Coruja se manifestou nesta sexta (04), relembrando o ocorrido. “Jamais esqueceremos a dor e do embrulho no estômago que sentimos ao adentrar aquela propriedade. Eram dezenas de animais debilitados, sem água, sem comida, privados de poder se deitar tão curtas eram as suas correntes. Eram dezenas de olhares de súplica, que viam em nós uma chance de resgate e vida nova. Como ignorarmos tal pedido de socorro? Como deixá-los esperando mais tempo por ajuda? Como não mobilizarmos uma cidade inteira em prol desses seres que tanto já haviam sofrido?”, relembra a entidade.
Dias após o resgate, um dos cachorros, a cadelinha Madonna, mesmo recebendo o tratamento, não resistiu e sua morte motivou a ONG e parceiros a realizarem uma caminhada pedindo justiça e que o responsável fosse punido.
“E assim se formou uma corrente do bem que acabou tomando proporções inimagináveis e que realmente fez a diferença. Não seria possível citar um a um sem acabar esquecendo de alguém, por isso queremos deixar um muito obrigado geral a todos os que se envolveram e ajudaram de alguma forma”, afirmou o pronunciamento oficial da entidade.
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