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Primeiro título mundial da Seleção Brasileira completa 60 anos

por Marco Aurélio Santana

Vitória, na Suécia, marcou o início de toda a trajetória de glórias do futebol nacional

Foto: Divulgação

Enquanto a Seleção Brasileira se prepara para as oitavas de final da Copa da Rússia, a data de 29 de junho marca o início de todas as glórias da camisa amarela: foi neste dia, há 60 anos, que, diante de milhares de suecos estupefatos, o Brasil conquistou sua primeira Copa do Mundo. A história contada por especialistas, como o jornalista João Máximo e o cineasta Luís Carlos Barreto, que atuava como repórter nessa época, mostra que não foi fácil como se pensava a conquista deste título. Os jogadores tiveram de superar desconfianças e discriminações.

Em um tempo em que se criticava a presença de negros na seleção, Pelé, o hábil Moacir, o eficiente Djalma Santos, Garrincha (este descendente de índios) impuseram com talento a necessidade de a seleção viver da diversidade para poder vencer. Garrincha só entrou na terceira partida, contra a União Soviética, por causa de suas peripécias na preparação. Em um jogo contra a Fiorentina, driblou todo o time, o goleiro e esperou o goleiro voltar para dar outro drible antes de tocar para o gol.

Nos primeiros dois jogos naquela Copa da Suécia, o Brasil, cujo chefe da delegação era o pacificador Paulo Machado de Carvalho, com trânsito entre todos os jogadores, venceu, ainda pouco à vontade, a Áustria e empatou com a Inglaterra.

Contra a Áustria, em Uddevalu, os destaques foram Nilton Santos, com um gol, e Mazzola, com outros dois. A comissão técnica, que considerou um tanto irresponsável a atitude de Garrincha na Itália, se rendeu ao talento e o colocou em campo justamente por causa dessa "irresponsabilidade", necessária para desconstruir o mito da invencibilidade soviética.

E o Brasil venceu com certa facilidade, por 2 a 0, com dois gols do implacável Vavá e show de Garrincha e Pelé, que também entrou neste jogo. Nas quartas de final, foi a vez de Pelé desequilibrar, com um golaço contra a dura retranca do País de Gales. Foi o seu primeiro em Copas, de um total de 12.

Nas semifinais, contra a França de Just Fontaine, o artilheiro daquela Copa, o Brasil fez 5 a 2, com grande atuação e destaque para Didi, Zagallo e Pelé, autor de dois gols. O goleiro Gilmar dos Santos Neves foi outro jogador fundamental para a vitória e se tornou um dos maiores do mundo em todos os tempos. O zagueiro Orlando Peçanha, extremamente técnico, e o volante Zito, clássico e firme, também atuaram.

E na final contra os suecos, no mesmo estádio Rasunda, em Estocolmo, nova vitória por 5 a 2, com mais dois gols de Pelé, dois do implacável Vavá e mais um do eficiente Zagallo. Foi o único jogo de Djalma Santos nesta Copa.

Ele substituiu De Sordi, que contundiu o joelho antes da final, e com apenas esta partida foi eleito o melhor lateral-direito da competição. Djalma, afinal, anulou as ações de um dos jogadores mais perigosos da Suécia, o lendário ponta Skoglund.

Na entrega da taça, o capitão Bellini ouviu dos fotógrafos o pedido para erguê-la. E desde então o gesto foi repetido por todos os capitães que a recebem. Estava presente na premiação o rei Gustav, da Suécia, que ouviu do dentista da delegação, Mário Trigo, com seu bom humor característico, um cumprimento bem fora do protocolo; "E aí, king (rei)!"

E os gols arrebentaram alguns preconceitos. Pelo menos por um tempo. E assim, no Brasil, a população cantava, em multidões esfuziantes pelas ruas, a famosa marchinha "Taça do Mundo é Nossa". E junto com essa taça, muitas coisas vieram. Autoestima e esperança com certeza foram duas delas. Passaram também a ser nossa.

 

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