Audiência sobre o 'Caso Daniel' será retomada nesta terça-feira
As audiências de instrução do processo que investiga a morte do jogador Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, entram no segundo dia nesta terça-feira, 19, no Fórum de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba). O ex-jogador foi assassinado e mutilado em 28 de outubro do ano passado, por Edison Brittes, após participar da festa de aniversário de Alana Brittes, filha de Edison e Cristiana Brittes, ambas também detidas. No total são sete pessoas acusadas e a previsão é de que até o final da semana seja definido se irão a júri popular ou não.
A defesa da família tem 48 testemunhas arroladas e a acusação conta com 14 testemunhas entre elas a mãe, a tia e a ex-mulher de Daniel, o delegado Amadeu Trevisan, investigadores.
Edison Brittes está preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, enquanto Cristiana e Allana Brittes estão presas na Penitenciária Feminina de Piraquara.
A primeira testemunha a ser ouvida foi Lucas Mineiro, seguido da mãe de Daniel, Eliane Aparecida Freitas, e por último uma testemunha que não pôde ter o nome revelado.
O delegado Amadeu Trevisan, que cuidou do caso, iria depor, mas seu depoimento foi adiado para que fosse dada prioridade para pessoas de fora do Estado.
A mãe de Daniel disse, durante coletiva em frente ao Fórum, que espera que a Justiça seja feita. "É uma tragédia tudo o que aconteceu. Reviver isso e ter que estar de frente com esses monstros não é fácil. Mas, pela honra do meu filho, eu vou tentar ser forte o máximo que puder, para que a memória dele não fique como os réus pintaram", falou, durante coletiva em frente ao Fórum.
O advogado de defesa da família, Claudio Dalledone, disse que Daniel foi o responsável pelas ações que se seguiram após a festa na casa da família. "Quem deu causa a isso foi Daniel, ele construiu isso, que foi violar uma mulher que estava deitada em sua cama, queiram ou não queiram", disse.
Denúncias
Edison Brittes, 38 anos, Ygor King, 19, David Willians Vollero Silva, 18 e Eduardo Henrique da Silva, 19 anos. Cristiana Brittes, 35, foi denunciada também por homicídio, além de coação de testemunhas e fraude processual.
Já a filha de Cristiana e Edison, Allana Brittes, 18, foi denunciada por fraude processual, coação de testemunhas e corrupção de menores - por ter obrigado a namorada de Eduardo, Taís, 17 anos, a participar da faxina da casa. Já Evellyn Perussso, que chegou a trocar beijos com Daniel horas antes do crime e que era tratada como testemunha, foi denunciada por falso testemunho, ao acusar Eduardo Purkote, que chegou a ser preso, de participação no crime. Purkote foi solto dias depois.
O caso
Daniel foi encontrado morto em uma estrada rural na Colônia Mergulhão, em São José dos Pinhais, com o pênis decepado e quase decapitado, após participar da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, na casa noturna Shed, em 27 de outubro, em Curitiba.
Depois de sair da Shed, foi até a casa da aniversariante e acabou flagrado por Edison na mesma cama que Cristiana Brittes, que dormia. Edison o acusou de tentar estuprar a esposa (versão negada pela polícia, por causa do alto teor alcoólico do atleta) e passou a agredi-lo com a ajuda de outros convidados.
Daniel havia feito fotos ao lado da mulher e enviado para amigos em grupo de WhatsApp. Depois de ser duramente espancado, ele foi levado para a estrada rural, onde foi assassinado.
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