Estiagem e pandemia fazem PIB gaúcho cair 7% em 2020
A recuperação no 4º trimestre não evitou a queda nos números.
Atingido pela estiagem e efeitos da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 7% em 2020. Houve uma recuperação de 2,7% no quarto trimestre, mas esse aumento não foi suficiente para impedir a queda no rendimento anual. Sendo assim, o PIB somou R$ 473, 419 bilhões, sofrendo a influência da estiagem que atingiu a atividade agropecuária pelo segundo ano consecutivo e ainda mais agravado pelos efeitos da pandemia de Covid-19.
O desempenho do campo caiu 29,6%, de acordo com dados do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão. Essa retração no agronegócio diminuiu em 4,1% no PIB gaúcho. Ao mesmo tempo, houve valorização nos commodities ao longo de 2020, mas não foi o suficiente para segurar a queda no PIB. Os efeitos da estiagem foram sentidos, também na geração de energia, causando queda de 13,7% no PIB do setor.
Além disso, a produção rural representa cerca de 9% do PIB gaúcho e atinge diversas áreas relacionadas ao pré-plantio e pós-plantio, além da criação de animais. As perdas são sentidas em todas as áreas, uma vez que a renda do campo se espalha pelo Estado no comércio e serviços, sejam eles no campo, cidade ou cofres públicos. A estiagem afetou a renda dos produtores e, consequentemente, afetou outras áreas relacionadas como a compra de insumos, transporte de grãos, entre outros.
De acordo com pesquisadores do DEE, as perdas estimadas no agronegócio são de aproximadamente R$ 20 milhões, mas não há uma estatística capaz de projetar todos os impactos causados por essa perda. Além disso, os pesquisadores ressaltam que se a atividade agropecuária, elétrica e gás, tivessem crescido no Estado nos mesmos níveis que no restante do Brasil, a queda no PIB gaúcho teria sido de aproximadamente 4,3% e não 7%. O restante da queda foi ocasionado pela pandemia de Covid-19, ou seja, o impacto direto estimado da estiagem sobre o PIB gaúcho foi de 2,7 pontos percentuais.
Já os impactos da Covid-19 foram sentidos por todos os setores da economia, principalmente em atividades de venda e produção de veículos, consumo de combustíveis, calçados e têxteis, atingidos diretamente pelo distanciamento social. As perspectivas para 2021, desconsiderando todas as imprevisibilidades da pandemia, vêm do auxílio emergencial, do apoio a empresas e agronegócio.
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