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Veranópolis: prejuízos estão estimados em mais de R$ 25 milhões

por Alessandra Bernardi

Na infraestrutura, são vistos os maiores danos, com a perda total de 35,5 hectares de solo

Foto: Dirceu Tedesco | Tua Rádio Veranense

Um relatório foi entregue nesta semana pela Emater de Veranópolis descrevendo de forma parcial a situação das culturas e construções rurais que sofreram danos.  As perdas envolvem a produção de milho, hortaliças, citros, soja, fruticultura, uvas, solos, bovinos de corte, bovinos leiteiros, silagem, máquinas, implementos, ferramentas e insumos, além de estruturas de produção, pastagens, apicultura e avicultura. 

Os prejuízos até o momento, estão estimados em mais de  R$  25 milhões, e foram observados em todas as localidades do município. Na agricultura é estimada a perda de mais de R$ 7 milhões, na pecuária o valor se aproxima de R$ 300 mil. Já na infraestrutura, são previstos os maiores prejuízos, com a perda total de 35,5 hectares de solo, e cerca de 3.800 hectares com perdas de nutrientes, ultrapassando os R$ 19 milhões. O relatório foi entregue na  quinta-feira (16), para o Prefeito de Veranópolis, Waldemar De Carli, e o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Fernando Fracaro, pelo Engenheiro Agrícola do escritório municipal da Emater, Douglas Corso.

 

Confira a situação das culturas e construções rurais que sofreram danos:



1. Milho -  Aproximadamente 100 hectares de lavouras foram atingidos pelos eventos. Sendo destinados à produção de silagem para alimentação animal e milho grão. A cultura apresenta-se nos estádios finais de desenvolvimento, estando maduro por colher, as plantas atingidas foram arrancadas/levadas pela força da enxurrada e/ou tombaram, apresentando ainda brotação dos grãos ainda na espiga, comprometendo a qualidade.

2. Hortaliças - Aproximadamente 17 hectares de áreas cultivadas com diversas olerícolas, (alface, chicória, tomate, repolho, couve-flor, brócolis, couve-chinesa, moranga) que foram atingidos pela enxurrada, enchente e deslizamentos.

3. Citros -  Aproximadamente 143 hectares atingidos entre laranja e tangerinas.Algumas áreas foram totalmente ou parcialmente soterradas por deslizamentos destruindo totalmente o pomar, em demais áreas destruiu acessos e estradas o que impede a colheita das variedades precoces como Bergamota Caí e Laranja do céu e Bahia, que estão em colheita, impedindo a comercialização. A falta de acesso a estes pomares remanescentes impede a realização dos tratamentos fitossanitários comprometendo e diminuindo a expectativa de produção inicial em função do ataque de pragas e doenças.

4. Soja - Aproximadamente 150 hectares de lavouras foram atingidos pelos eventos. A cultura apresenta-se nos estádios finais de desenvolvimento, estando maduro por colher, as plantas atingidas foram arrancadas/levadas pela força da enxurrada e/ou tombaram, vagens debulhando, grãos brotando, e acesso a lavoura com máquinas inviável pela umidade presente no solo para realização da colheita.

5. Fruticultura (outras) e demais - Aproximadamente 6,5 hectares atingidos entre banana, cana-de-açúcar, abacate. Algumas áreas foram totalmente ou parcialmente soterradas por deslizamentos destruindo totalmente o pomar, em demais áreas destruiu acessos e estradas o que impede a colheita e a comercialização.

6. Uvas - Aproximadamente 10 hectares de parreirais foram atingidos pela enxurrada e deslizamentos. A cultura apresenta-se nos estádios de pós-colheita. Algumas áreas foram totalmente soterradas, apresentando perda total da estrutura e da produção. Em outras partes foram atingidas parcialmente arrancando plantas, abrindo valos, provocando erosão no solo e danificando a estrutura.

7. Solos - Ocorreram perdas de solo na camada arável de forma irreparável em uma área estimada de 35,5 hectares, cultivados com as culturas de Uva, citros e pastagens. Ocorreu erosão superficial e profunda, chegando a ter locais com sulcos e acúmulo de terra nos patamares, assim como acarretou lixiviação de nutrientes em perfis profundos do solo nas culturas de uva, citros, pêssego, ameixa, caqui, na cultura de grãos em soja, milho e nas pastagens cultivadas.

8. Bovino de corte - Houve morte de animais, que foram arrastados pelas correntezas provenientes das cheias repentinas dos mananciais, sofrendo afogamento, em especial de bovinos de corte. Também ocorreram prejuízos em pastagens naturais devido ao pisoteio dos animais no solo encharcado, além de perdas nas pastagens cultivadas.

9. Bovino de leite - A maioria das propriedades encontra-se sem energia elétrica, porém grande parte dispõe de geradores, poucas propriedades relataram perdas por falta de energia, as maiores perdas são relacionadas a coleta que está inviável a algumas propriedades por causa dos bloqueios ocasionados por deslizamentos e falta de acesso às propriedades. Também ocorreram prejuízos em pastagens naturais devido ao pisoteio dos animais no solo encharcado, além de perdas nas pastagens cultivadas.

10. Silagem - Um silo com silagem de milho foi atingido por enxurrada e inundação deteriorando e inviabilizando o consumo para os animais.

11. Máquinas, implementos, ferramentas e insumos - Também ocorreram perdas de equipamentos e maquinários, muitos em virtude dos deslizamentos de terra, enchentes e enxurradas. Motosserras, soldador, compressor, gerador, caixas d'água, ferramentas em geral e insumos.

12. Estruturas de produção - Muitas estruturas de produção foram danificadas ou totalmente inutilizadas, como postes, cercas de arame, galpões, garagens, caixas d'água, sistemas de irrigação, patamares das áreas que foram soterradas e totalmente perdidas, em silos de silagem, açudes e principalmente estradas internas das propriedades, entre outros.

13. Pastagens - Também ocorreram perdas em aproximadamente 55 hectares de pastagens utilizadas na alimentação de bovinos de corte e de leite, parte destes locais sofreram a ação de deslizamentos tendo perda total de solo na camada arável e demais sofreram pela ação da enxurrada, excesso de água no solo, levando sementes, adubo ou ocasionando a morte de plantas.

14. Apicultura - Várias colmeias foram perdidas em função das enxurradas, enchentes e deslizamentos, ocasionando a morte dos enxames.

15. Avicultura - Impossibilidade de alojamento em virtude dos acessos e estradas estarem bloqueados sem previsão de desbloqueio, impedindo o alojamento e transporte de insumos como ração para alimentação de animais.


De acordo com a Emater, os  prejuízos são observados em todas as localidades especialmente as comunidades localizadas no Vale do Rio das Antas, as quais apresentam perdas variáveis, sendo mais graves em algumas regiões onde ocorreram vários deslizamentos de terra, obstruindo e destruindo estradas, pontes, acessos, pomares, parreirais e pastagens.

As perdas estimadas são irreversíveis, podendo ser agravadas, caso a previsão de condições climáticas se consolide e dificulte a operação de desbloqueio das vias, acesso à energia elétrica, água potável e de mobilidade para aquisição de insumos e comercialização da produção.

Água: abastecimento humano e dessedentação animal. Algumas comunidades tiveram as redes de distribuição de água rompidas e se encontram sem acesso à água potável no momento.

Moradias rurais: Cerca de 13 residências foram atingidas por deslizamentos, ocasionando danos às moradias, a máquinas, a equipamentos, móveis e utensílios domésticos, roupas, utensílios pessoais.

Comunidades e famílias afetadas: Todas as comunidades foram afetadas de uma forma ou outra visto os eventos ocasionados, mas destaca-se as localidades de São Pedro, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora do Rosário, Barros Cassal, São José da Nona, Nossa Senhora da Glória, Monte Claro e Nossa Senhora das Graças, sendo as mais afetadas.


 

No Rio Grande do Sul

 

Os prejuízos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul no campo já ultrapassam R$2,5 bilhões, de acordo com informações da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Segundo a entidade, R$ 2,3 bilhões são apenas na agricultura, enquanto na pecuária os danos chegam a R$ 226 milhões.

 

Texto: Alessandra Bernardi | Tua Rádio Veranense

 

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