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Taxa de subutilização da força de trabalho chega a 18,8% no RS no primeiro trimestre do ano

por Pablo Ribeiro

Dado representa um total de 1,13 milhão de pessoas

Foto: Agência Brasil/Divulgação

No primeiro trimestre de 2021, 1,13 milhão de pessoas em idade ativa estavam subutilizadas na força de trabalho do Rio Grande do Sul. O número demonstra uma taxa de 18,8% da população com 14 anos ou mais de idade que estava desempregada, em busca de emprego e disponível para iniciar um trabalho ou trabalhando menos do que 40 horas semanais no Estado. Os três fatores que representam a subutilização são referentes ao período entre janeiro e março deste ano e mostram uma estabilidade na comparação com o quarto trimestre de 2020 (18,7%) e uma melhora na comparação com o terceiro trimestre do ano passado (21,3%), pior momento da série histórica iniciada em 2012.

Este e outros dados sobre o RS estão no Boletim de Trabalho, publicação do Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), divulgado nesta quarta-feira (14/07). O documento, elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, é produzido com foco no Estado a partir de informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério da Economia.

Os indicadores da subutilização da força de trabalho (SFT) apresentados nesta edição do Boletim ajudam a fornecer uma perspectiva mais ampla sobre questões relativas à oferta e demanda e à situação econômica como um todo, destaca Raul Bastos, responsável por esta seção do documento do DEE/SPGG. A taxa de desemprego ou desocupação, tradicional indicador estatístico, é somada à subocupação por insuficiência de horas trabalhadas e força de trabalho potencial. No Boletim, os dados disponíveis da SFT são estruturados em quatro indicadores distintos.

Considerando o período completo da série histórica e o indicador mais amplo avaliado da SFT, o menor patamar de subutilização da força de trabalho no Estado ocorreu no quarto trimestre de 2014 (10,8%). No Brasil, o mesmo indicador no primeiro trimestre de 2021 era de 29,7%, com o pior patamar também sendo registrado no terceiro trimestre de 2020 (30,3%) e o menor no segundo trimestre de 2014 (14,8%).

Aspectos básicos do Mercado de Trabalho

O primeiro trimestre de 2021 foi marcado pela estabilidade de alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. Após um período de números mais positivos (4º tri 2020), ainda fruto da recuperação acentuada depois das quedas históricas registradas em função da pandemia, a taxa de desemprego no Estado nos três primeiros meses do ano foi de 9,2%, contra 8,4% do último trimestre de 2020, diferença que não é estatisticamente significativa. O contingente de desocupados situou-se em 526 mil pessoas no primeiro trimestre de 2021.

A Taxa de Participação na Força de Trabalho (TPFT), que indica a porcentagem de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão empregadas ou em busca de trabalho, foi de 58,3% no primeiro trimestre (58,6% no 4º tri de 2020). Quando comparada com o mesmo período de 2020, a TPFT do primeiro trimestre teve uma redução expressiva (-5,3 pontos percentuais). Quanto ao Nível de Ocupação - que é o percentual de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade de trabalhar - o indicador também apresentou estabilidade (52,9% contra 53,7% no 4º tri de 2020). Todavia, ainda estava muito abaixo do verificado no 1º trimestre de 2020 (-5,4 pontos percentuais).

Mercado Formal

Entre janeiro e maio, o Rio Grande do Sul registrou um saldo positivo de 82.134 empregos formais, uma variação de 3,25%. O resultado coloca o Estado na 12ª colocação do ranking nacional em termos percentuais, pouco acima da média do país (3,13%). No período que considera os últimos 12 meses com dados disponíveis (junho/2020 a maio/2021), o saldo de empregos formais no RS chega a 152.441 vagas, variação de 6,21%, abaixo da média nacional (6,80%), o que coloca o Estado na 22ª posição no ranking do país.

A Indústria foi o setor com melhor resultado do Estado, responsável por 49,7% do saldo gerado nos primeiros cinco meses do ano (+40.860 empregos formais), seguida do setor de Serviços (+24.911), Comércio (+10.452), Agropecuária (+3.119) e Construção (+2.792).

Dentro da Indústria de Transformação, que concentra 95% da força de trabalho industrial, em 12 meses as atividades com maior crescimento foram a de fabricação de máquinas e equipamentos (+10.493 empregos formais), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+9.263) e fabricação de produtos alimentícios (+7.388).

Considerando-se as atividades de todos os setores, conjuntamente, as que tiveram melhor desempenho no intervalo de 12 meses avaliado foram o comércio varejista (+28.576 empregos formais), as atividades de atenção à saúde humana (+12.140) e a já citada fabricação de máquinas e equipamentos.

Características

As vagas geradas no período de 12 meses avaliado (junho/2020 a maio/2021) beneficiaram em maior proporção os homens, pessoas com Ensino Médio completo e as faixas etárias mais jovens. Conforme o Boletim, trabalhadores com até 29 anos de idade concentraram 89,1% do saldo de novos empregos.

Por região

O Boletim de Trabalho do RS também traz dados sobre a evolução do emprego formal nas nove Regiões Funcionais (RFs) em que o Rio Grande do Sul é dividido para fins de planejamento. No acumulado entre janeiro e maio, a RF2, que abrange o Vale do Rio Pardo e o Vale do Taquari, apresentou o maior crescimento (+8,25), seguida da RF3, das regiões da Serra, Hortênsias e Campos de cima da Serra (+4,4%).

Considerando os 12 meses analisados no Boletim, todas as áreas avaliadas apresentaram expansão nos mercados formais de trabalho, com o maior crescimento percentual na RF4, que abrange o Litoral Norte, com alta de 11,0%, enquanto a RF6, que abrange a Fronteira Oeste e Campanha teve o menor aumento (+3,9%).

"As regiões apresentaram resultados diferenciados no intervalo de 12 meses, mas o crescimento foi generalizado. A alta mais significativa no Litoral pode ser um efeito do deslocamento de muitas famílias durante o período de isolamento decorrente da pandemia, o que dinamizou o mercado regional", pondera o pesquisador Guilherme Xavier Sobrinho.

Boletim de Trabalho do RS

Produzido pelo DEE, vinculado à Subsecretaria de Planejamento da SPGG, o Boletim de Trabalho do RS oferece, trimestralmente, análises sobre o mercado de trabalho no Rio Grande do Sul, aprofundando, a cada edição, algum aspecto referente à força de trabalho e à ocupação, em dimensões como o perfil demográfico dos trabalhadores, as diferentes formas de inserção no mercado e os rendimentos.

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