Estiagem pode provocar queda recorde de 8% no PIB gaúcho em 2022
Estudo da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentado na quinta-feira (24) indica um prejuízo superior a 14 milhões de toneladas de grãos em razão da falta de chuva e um tombo de 31 bilhões de reais nas lavouras. O estudo foi apresentado em encontro de formato híbrido, que contou com a participação do governador Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor.
Houve também aumento no impacto nas outras cadeias produtivas e em impostos, que pode chegar a 115,7 bilhões de reais, segundo a entidade. Isto representa uma queda recorde de 8% no PIB do Rio Grande do Sul. O setor produtivo e gestores públicos estimam um aporte de 5,7 bilhões de reais para socorrer os produtores, cerca de 0,1% do orçamento federal.
Gedeão Pereira, presidente do Sistema Farsul lamentou o atual cenário, já que a safra anterior foi considerada exitosa. Ele anseia que a safra de inverno possa ser favorecida pelas previsões de uma manutenção do fenômeno climático La Niña até o final do ano. Eduardo Leite lamentou a situação e lembrou que o governo estadual vem trabalhando dentro do que é possível, com mais de R$ 200 milhões destinados para ajudar a mitigar a situação, com ações para médio e longo prazos.
“São programas que financiam a construção de açudes, de perfuração de poços e para irrigação e reservação de água. Mas é preciso algo além, e é por isso que estamos juntos e mobilizados nesta busca, fazendo pressão por ajustes no orçamento federal para atender essa situação excepcional e emergencial”, disse.
Leite lembrou que a perda na safra de milho, por exemplo, já chega a 70%, o que impacta inclusive na produção de proteína animal, em função da escassez do grão para ração. Manter os produtores de pé, para o governador, é uma necessidade que vai impactar não só o presente mas também as futuras safras.
“É urgente o apoio para esses produtores que terão suas safras frustradas e dificuldade de cumprir com seus financiamentos, o que ameaça também as plantações futuras. Por isso é muito importante esta mobilização política conjunta para que possamos ter a devida atenção por parte do governo federal”, afirmou.
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