Produtores rurais contabilizam prejuízos após chuva de granizo
Maiores problemas foram verificados nos parreirais e nas plantações de milho nas Linhas Félix da Cunha (Guaporé) e Linha Emília (Dois Lajeados)
Foto: Eduardo Cover Godinho
Foram poucos, mas intensos os minutos de chuva, granizo e vento forte que destruíram o trabalho de vários anos dos agricultores de duas comunidades da zona rural dos municípios de Guaporé e Dois Lajeados: Linha Félix da Cunha e Linha Emília, respectivamente. Eles contabilizam os prejuízos nas lavouras de milho e nos parreirais de uva. Estragos de grande monta, com perdas totais em diversas propriedades, foram registrados em menos de 30 minutos em que o mau tempo se estabeleceu por volta das 12h30min da terça-feira, dia 21 de novembro.
O céu parcialmente nublado, em questão de segundos ficou completamente escuro e as nuvens pretas anunciavam que algo preocupante estava a caminho. A chuva fraca, logo transformou-se e em questão de segundos veio acompanhada por pedras de granizo. O estrago, principalmente na produção de uva, já estava sendo contabilizado pelas famílias, que, sem poder fazer nada, acompanhavam as pedras brancas caírem sobre as parreiras. A família Matielo, que preparava-se para participar da Assembleia do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), desistiu após verificar que parte da produção estava perdida. Com semblante abatido, os familiares olham perplexos os grãos de uva caídos no chão e as folhas rasgadas pelo granizo.
“É muito triste ver isso. Trabalho de anos, cuidando das parreiras e em questão de minutos perdemos tudo. Infelizmente essa é a realidade após a passagem do temporal. Mas o produtor rural, mesmo não querendo, tem que estar preparado para isso. Enfrentamos três, quatro vezes problemas com o tempo na última década e agora temos que recomeçar. É triste, não temos nem palavras. A produção desse ano foi perdida e agora vamos aguardar para ver se conseguimos recuperar as videiras para a próxima safra, mas não vai ser fácil. A família comentando que quer abandonar tudo, mas temos que reerguer a cabeça, arregaçar as mangas e ir em frente”, disse Ivaldino Matiello.
Prejuízos incalculáveis foram registrados na família Soave. Metade dos 7,5 hectares de parreira caíram com a força do temporal. O que ficou de pé também foi perdido. Os cachos de uva foram atingidos pelas pedras de granizo e toda a produção será inutilizada.
“Não temos o que fazer. Vamos ter que recomeçar. É assim a vida, infelizmente. É triste ver o parreiral no chão e a produção toda perdida. Trabalhamos o ano inteiro e em questão de minutos tudo ficou destruído. Estragou a produção. Vamos erguer novamente a parreira e tratar as plantas. Começaremos do zero e temos força para dar sequência ao trabalho na zona rural”, disse Renato Soave.
Na propriedade da família Baseggio a situação dos parreirais e da lavoura de milho é preocupante. Com nove hectares de uva plantada, das mais diversas variedades, os produtores esperavam colher 250 mil quilos, porém, pouco deve ser colhido e o que estiver em condições, o valor pago deve ficar muito abaixo do que estava sendo esperado.
“É a quarta vez que acontece uma desgraça dessas em 10 anos. Felizmente aqui, se assim podemos dizer depois de ver esse estrago, não caiu o parreiral, mas a perda será grande. Vamos esperar o tempo firmar para analisar com mais calma a situação. O pior não é agora. Nesse momento é triste de ver o parreiral assim, mas depois que os grãos, que foram atingidos ficarem escuros, aí a dor é maior porque a perda será facilmente contabilizada”.
Em Dois Lajeados, na Linha Emília, a quantidade de granizo que caiu na propriedade da família Somensi trouxe grandes danos nos parreirais. Os produtores contabilizam as perdas e acreditam que toda a safra deste ano foi perdida.
“Meia hora de chuva de pedra e não sobrou nada. Ficou um palmo de granizo no potreiro e os galhos das parreiras estão todos quebrados”, disse Caroline Somensi.
As autoridades dos municípios de Guaporé e Dois lajeados contabilizam os prejuízos e buscam soluções para apoiar os produtores mais atingidos.
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