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Município de Fagundes Varela identifica causa de mortalidade de abelhas

por Cida Cardoso Valna

O uso irregular de inseticidas à base de fipronilcausa intoxicação aguda nas abelhas

Foto: Divulgação

No início do mês de outubro, Fagundes Varela registrou a mortalidade de abelhas em uma de suas localidades. Após constatar o fato,  o município juntamente com a Emater contatou a Inspetoria Veterinária de Veranópolis, a qual realizou coleta em uma das propriedades atingidas. Posteriormente, a Engenheira Agrônoma da Emater e a Médica Veterinária da Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente do município também foram acionadas para visitar uma das propriedades lesadas, sendo que também coletaram amostras das abelhas mortas.

As amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas (LARP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para identificação dos possíveis defensivos agrícolas causadores da mortalidade. As análises foram custeadas pelo fundo do meio ambiente, da Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente de Fagundes Varela.

Os laudos apontaram o uso do inseticida fipronil como o causador dos danos nas colmeias. O uso irregular de inseticidas à base de fipronil (substância de amplo espectro que danifica o sistema nervoso central do inseto), em culturas próximas das colmeias, causa intoxicação aguda. Ao retornarem para as colmeias, os insetos intoxicados contaminam o ambiente, provocando a morte de todas as abelhas. 

Segundo a Engenheira Agrônoma da Emater de Fagundes Varela, Taciana Marchesini, inseticidas à base de fipronil não possuem autorização do Ministério da Agricultura  para uso em fruticultura, podendo ser usados em culturas como pinus, eucalipto, batata, cana de açúcar, com aplicação apenas no sulco ou nas mudas. Também pode ser usado no tratamento de sementes de soja, mas jamais deve ser usado para pulverizar qualquer cultura justamente pelo dano que causa as abelhas e outros insetos.

No município de Fagundes Varela estima-se que mais de 90 colmeias foram atingidas, entre as espécies Apis melífera e abelhas sem ferrão. Ainda, existe o dano ambiental causado no ecossistema, visto que, uma menor quantidade de abelhas resulta em uma menor polinização, prejudicando o desenvolvimento de diversas culturas.  Há relatos de situações semelhantes em outros municípios da região.

A partir dos laudos laboratoriais, os apicultores foram orientados a registrarem boletins de ocorrência. No momento, a Polícia Civil de Veranópolis investiga o caso, mas ressaltam a complexidade da identificação da origem do problema, que pode ser enquadrado como crime ambiental. O município também cientificou os órgãos estaduais responsáveis pela fiscalização do uso de agrotóxicos, para que tomem as providências cabíveis.

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