Laudo revela a causa da mortandade de abelhas em Veranópolis e microrregião
Baixar ÁudioDe acordo com a Inspetoria Veterinária, se for realizado o flagrante de uma pessoa utilizando estes inseticidas, haverá penalidades
Notícia atualizada às 14:03h
Ao decorrer do ano, a Inspetoria Veterinária de Veranópolis atendeu a ocorrências referentes à mortandade de abelhas no município e microrregião. De acordo com registros, em algumas comunidades, houve a morte de 200 caixas - compartimento para acondicionamento de colmeias e pode comportar de 60 mil a 80 mil insetos cada. Fato este que não é isolado no Estado.
De acordo com Fiscal Estadual Agropecuário Ivan Ricardo Wetzel, a principal suspeita recaia sobre o uso irregular de inseticidas. "Para isso realizamos algumas análises em laboratório, que confirmaram as suspeitas de que houve o uso destes materiais. Aproveitamos o espaço para dar um alerta a respeito do prejuízo que isto causa ao meio ambiente e para a saúde da população envolvida", diz Wetzel.
Além do órgão estadual, a Polícia Civil também trabalho no caso. Se for realizado o flagrante de uma pessoa utilizando estes pesticidas, haverá penalidades.
"Reforçamos aos produtores que a aplicação de inseticidas em atividades de fruticultura estão sendo acompanhadas através de investigação realizada pelos órgãos de fiscalização. Os produtores que se sentem prejudicados também estão realizando o registro destas ocorrências. Segundo o entedimento da Justiça, existe a possibilidade desta situação ser enquadrada como crime contra a Saúde Pública e ao Meio Ambiente", finaliza.
O uso incorreto do inseticida fipronil e sua influência na morte das abelhas na região Sul
Registrado no Brasil em 1994, o ingrediente ativo fipronil teve a patente vencida em 2008, até então, era produzido pela Basf apenas para o tratamento de sementes. A partir de 2011, a substância passou a ser vendida por vários fabricantes e a partir da entrada destas novas empresas no mercado, passou a ser recomendado também para a aplicação foliar, direto na planta.
Desde o fim do ano 2018 e início de 2019, o fipronil e inseticidas derivados de nicotina vem sendo apontados como os responsáveis por quase meio bilhão de mortes de abelhas, principalmente na região sul do Brasil.
Isso se deve ao seu uso incorreto por meio de pulverização aérea ou em época de floração, e aos impactos ambientais causados na fauna e flora onde estes produtos são pulverizados, além do risco a saúde de quem os manuseia e da população que residente nas proximidades das lavouras.
O fipronil teve seu uso proibido em países como Vietnã, Uruguai e África do Sul após pesquisas comprovarem que é letal para as abelhas. No Brasil, a substância tem uso proibido na fruticultura.
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Texto: Cida Cardoso Valna | Tua Rádio Veranense
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