Queijarias mantêm tradição e movimentam economia no interior do RS
Projeto para qualificação do queijo artesanal nos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul recebeu R$ 150 mil da Fundação BB
Foto: Divulgação/Incra
Produzido artesanalmente com leite cru, de gado criado em pastagens nativas, o queijo serrano é uma das iguarias mais conhecidas no Rio Grande do Sul, uma tradição mantida por gerações. Para garantir a continuidade do trabalho e a produção das famílias pecuaristas, a Fundação Banco do Brasil investiu R$ 150 mil na construção de nove mini queijarias nos municípios de Bom Jesus e São José dos Ausentes, situados em Campos de Cima da Serra. A parceria com a Associação dos Produtores de Queijo e Derivados do Leite dos Campos de Cima da Serra – Aprocampos permitiu a criação de negócios sustentáveis com geração de renda para as famílias participantes.
A propriedade de Adler Antônio Pinto Nunes e Daiane Hoffman, no município de Bom Jesus (RS), foi uma das contempladas com uma agroindústria. Casados há 12 anos e pais de uma menina de 11, eles criam gado de corte e leiteiro (cerca de 40 cabeças) e transferiram a fabricação do queijo que era feita em casa para o novo ponto. Na Fazenda do Tigre, como é chamada, as tarefas são realizadas conjuntamente – o cuidado com o rebanho, as duas ordenhas diárias, o manuseio do leite, a fabricação dos queijos e a comercialização. “Aprendi a fazer queijos com meu marido, e ele já sabia quando casamos, porque aprendeu com os pais. Hoje produzimos 26 quilos de queijo e vendemos no comércio local e para os turistas que passam aqui na BR 285", disse Daiane. A peça custa R$ 22, e o mais maturado, R$ 30.
Com 24 metros quadrados, cada queijaria tem capacidade de produzir 40 quilos de queijo artesanal por dia e são comercializados no município. As estruturas servem também como unidades demonstrativas e de referência não apenas para os 46 associados da Aprocampos, mas também para os demais pecuaristas que têm a fabricação de queijos artesanais como fonte de trabalho e renda.
Apoio técnico
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater/RS e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri são parceiras do projeto nas capacitações dos produtores, qualificação e certificação do queijo.
De acordo com Juruema Batista Velho, técnica social da Emater-RS/Ascar, a caminhada foi longa até deixar os empreendimentos de acordo com as exigências sanitárias, ambientais e tributárias. "Tivemos que nos preocupar com todas as etapas - em não descaracterizar ou alterar a receita tradicional; atender a legislação e até adequar a rotina diária. A qualificação do queijo começa com a sanidade do rebanho, com isenção de qualquer doença, o cuidado com a ordenha e o manuseio adequado do leite, uma vez que trabalhamos com o leite cru”, declarou.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fundação BB
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