Um rastro da paz
Resolvi encontrar paz dentro de mim. Mas antes necessitava procurá-la... Olhei para dentro e resolvi ficar um pouco mais ali... foi nesse instante que derreti os barulhos de fora...
Procurei algo que não conhecia direito, mas sabia que poderia existir ali... Senti o gosto, o que me fez querer mais... Cavoquei e fui experimentando coisas que passavam por mim, algumas dispensava instantaneamente, outras me detinha a olhá-las um pouco mais...
A corrida, a ânsia por incansavelmente fazer, desfazer, refazer sem retorno, nem resposta me atropelavam...
Essa paz que conhecia, mas que muitas vezes se escondia de mim, desejava conhecê-la mais profundamente. Recordava meu pai e seu jeito de se dirigir pela vida, e percebia, agora, que na simplicidade de seu andar, em grande parte do tempo, ele cultivava essa paz, essa confiança na vida que o fazia sorrir sem medo de se perder. Também a lembrança da viagem à Morro de São Paulo veio à minha mente. Essas era a fresta de luz, da paz que vinha me pegar pela mão e dizer que era possível me alcançar em qualquer lugar...
Era a parte da ilha onde não se podia andar de carro... e, lá vinha ela, aquela senhora alegre sentada no carrinho de mão, descendo o morro, tranquila, cantando e encantando a todos pela vivacidade que perpassava. O jovem com músculos fortes, que a conduzia na carriola (como é chamado na minha região esse carrinho, e era onde meu pai levava os netos passearem pelo pátio da nossa casa), se inebriava com a nova bagagem que carregava.
Cena essa, que me fez achar graça, e perceber através da junção que se construía ali, uma paz infinita e conexão comigo mesma e com o Universo que ali também estava presente. Juntamente com outra recordações que se fizeram presentes, me fez perceber que a paz está ao nosso alcance em qualquer lugar, basta que a despertemos na fagulha do nosso intimo onde ela brinca de esconde-esconde. É só ir atrás!
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