Observava aquele local de chegadas e partidas e entrei em contato com a emoção ali sentida. Ficava a mostra expressões que se construíam, as vezes confundiam, mas que latentes permaneciam até ali aflorarem.

Os olhos que não querem deixar partir, traduzem da alma o elo construído, o encontro firmado, o caminho a ser percorrida e o amor reforçado.  

Olhos que acompanham o ser amado até a distância se impor como interrupção, daquela vida, como existia, ou, do jeito de serem juntos como conheciam. Precisavam encontrar novas maneiras de ser, se reconfigurar a partir da ausência instalada.

Olhos que se encontram, que sentem saudades, que antecipam o ontem, que buscam a verdade, que resgatam a lembrança, o sol da vida.

Olhos que se escondem, que se confrontam, que se despedem. Que embalados no universo, se embrenham em caminhos buscando nova vida, nova etapa a ser construída.

Uns avessos a sentir, escondem sentimentos, outros mostram num rompante...

Coração em pedaço que não compreende, distância que se precipita, dilacera a vida, lágrima que cai sentida.

 Olhos expressivos que acolhem...

Olhos que antecipam a vida...