A culpa a reclamar
A culpa não falada não encontrou um lugar, vagava a sombra dos dois, a divagar. Era jogada de um lado para outro e nenhum dos seres conseguia enxergar o que lhe competia, a parcela que lhe pertencia. Ela soava a protestar e a reivindicar um novo lugar. Hora absorviam tudo, em outro momento se distanciavam, criando reticências...
Carregá-la era o que lhe cabia, sem deglutir, sem questionar, sem ao menos pensar levavam-na de um lado para outro e com um saco de pedras nas costas, seguiam, com esse peso a se deslocar. Andavam envergados pela culpa que traia o que sentiam, distorcia seus sentimentos e não os deixava entrar num novo pensar. Expandir a mente, nem pensar.
Essa culpa não falada pode ser que não existia, que não era presente, mas se fazia apresentar em todos os instantes e ficava ali, aparentemente ausente, a alfinetar. O ser que se corroía nesse não compreender a ela, a ele e a si próprio se consumia de desentendimentos.
Reclamava a culpa, reclamava o que não aprendeu, o que aprendeu sem direção. Tudo agora procurava por um novo lugar para ancorar suas angústias e o peso que carregava constantemente.
Naquele dia ele ficou se remexendo dentro do seu ser a tentar enfim encontrar um novo lugar para aquele sentimento, que resolveu ajudar modificar.
Afinal, essa culpa real ou não, consumia muito de seus dias.
E você como se relaciona com as culpas que estão marcadas em você?
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