A fonoaudióloga Aline Ferla, que recentemente esteve na Universidade do Chile, em Santiago, como conferencista convidada evento “Challenges and approaches in the management of feeding in adults with dysphagia”, também integra o grupo de padronização de consistências alimentares para disfagia no Brasil.

O trabalho de implantação é realizado no país há cerca de três anos, por um grupo de aproximadamente 30 profissionais da saúde que atuam na área, e está vinculado ao International Dysphagia Diet Standardisation Initiative (IDDSI). É, portanto, uma iniciativa mundial, traduzida até o momento para 23 idiomas, cujos profissionais brasileiros estão em processo de tradução dos artigos e demais materiais para o português, além de atuarem na divulgação e implementação das práticas que trazem evidências científicas.

De acordo com o site oficial do IDDSI (www.iddsi.org), são mais de 590 milhões de pessoas que convivem com a disfagia, isto é, os que têm dificuldade de deglutição causada por diversos fatores, em todo o mundo. Nos Estado Unidos, dados epidemiológicos apontam para uma incidência de mais de 16 milhões e um número superior a 40 milhões de casos em toda a Europa.

No Brasil, o distúrbio acomete de 16% a 22% da população acima de 50 anos, alcançando índices de 70% a 90% de distúrbios de deglutição nas populações mais idosas, de acordo com dados da pesquisadora Patrícia Paula Santoro. A disfagia atinge até 80% dos pacientes com AVC, até 60% de quem sofre com Parkinson e 30% do pacientes com lesões cerebrais. A importância do trabalho se deve ao fato de que quadros disfágicos não tratados podem evoluir para uma série de complicações clínicas de saúde como desnutrição, pneumonias de repetição e também risco à vida dos pacientes.

Aline concedeu entrevista ao programa Temática hoje sobre o assunto. Confira o conteúdo completo em áudio (acima).

A saber:

1) Especialista em disfagia, motricidade orofacial e fonoaudiologia hospitalar, Aline participou, entre os dias 24 e 27 de novembro, do 2º Encontro Nacional da Rede+Voz, em Brasília. A convite da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ABCG), Aline participou da atividade que reuniu 50 profissionais de saúde que atuam diretamente com câncer, no país. O encontro, no Distrito Federal, também reuniu representantes de associações civis da área oncológica.

2) Caxiense e com 20 anos de experiência, Aline Ferla é graduada em fonoaudiologia pela Universidade Federal de Santa Maria, doutora pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e membro da European Society for Swallowing Disorders (ESSD).