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Ouvido e garganta exigem cuidados no verão

por Andressa Boeira

Calor e umidade favorecem o surgimento das otites. Bebidas e alimentos gelados reduzem a imunidade

Sorvete: alimento gelado diminui secreções da garganta ricas em anticorpos, facilitando as infecções em pessoas com baixa imunidade
Foto: Divulgação

A chegada do verão é também época de férias. Para se refrescar e aproveitar os dias de folga, nada melhor do que piscina, praia, bebidas geladas e muito sorvete. Porém, alguns cuidados são importantes para que os excessos não comprometam a saúde, especialmente do ouvido, do nariz e da garganta.

De acordo com a médica otorrinolaringologista e especialista em otoneurologia, Jeanne Oiticica, o clima quente favorece especialmente o surgimento das otites, e isto ocorre devido a dois principais fatores: primeiro, porque as pessoas ficam mais expostas à água (piscina, praia, sauna, rios, lagos), tanto em frequência, quanto em tempo de exposição; e segundo porque o calor dilata os vasos sanguíneos, favorece o suor e a umidade, fatores que  deixam a pele do ouvido mais quente, úmida e molhada, o que contribui para a proliferação de micro-organismos (bactérias, fungos, vírus) causadores de otites.

A primeira dica para evitar a otite é não se banhar em águas sabidamente contaminadas. Outra medida importante é limpar o conduto do ouvido e enxugar com uma toalha. "Apenas passar água, no banho, não precisa ficar colocando sabão e nem jogando mais água”, observa Jeanne.

“O mais importante é não usar cotonete", afirma. O cotonete é o maior responsável pelo surgimento de inflamações. Isso porque o conduto auditivo tem menos "gordurinha" do que a parte externa da orelha, sendo mais fácil de machucá-lo, segundo informa a especialista.

O uso de tampão de ouvido é eficaz, mas o recurso é indicado geralmente para pessoas expostas regularmente à água ou àquelas predispostas a otites de repetição ou crônica. Os nadadores eventuais e sem histórico de problemas no ouvido não precisam se preocupar. O ideal, segundo a médica, é um modelo de silicone que molde toda a orelha e não aqueles colocados dentro do ouvido em si.

 

Gelados - Quanto aos sorvetes, picolés e bebidas geladas em geral, o problema é para quem está com a imunidade baixa, explica a médica. Produtos gelados causam vasoconstrição – contração dos vasos sanguíneos – na mucosa da garganta. Isto reduz a circulação local de sangue e a produção de secreções da garganta, como a saliva, por exemplo, que é rica em anticorpos. “Portanto, se a imunidade já está comprometida, ou se a pessoa possui algum tipo de predisposição individual a ter infecções recorrentes de garganta, alimentos e bebidas gelados facilitam as chances de infecções na região”, afirma.

O ar-condicionado também pode prejudicar a garganta, conforme Jeanne. O principal efeito do aparelho é que ele promove o ressecamento do ar e, consequentemente, da mucosa da garganta também. Isto reduz a produção local de secreções, ricas em anticorpos, o que torna a região suscetível e predisposta ao ataque de micro-organismos. Pessoas predispostas não devem exagerar no uso do ar condicionado. Uma medida bem-vinda é beber bastante líquido quando exposto ao aparelho e “lavar” as vias aéreas com soro nasal.  O cloro das piscinas é outro componente que pode causar incômodos no verão. O produto, irritante da mucosa das vias respiratórias, é capaz de sensibilizar e favorecer o aparecimento de crises de rinite e bronquite em pessoas suscetíveis e predispostas. “O uso regular de piscinas tratadas com cloro e o contato prolongado aumentam em até três vezes as chances de crises respiratórias”, afirma a médica. Hoje, o cloro já está sendo substituído pelo ozônio no tratamento da água das piscinas de clubes e escolas de natação.

Central de Conteúdo Unidade Tua Rádio São Francisco

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