Começa venda da primeira vacina contra dengue
No RS, iniciam testes em humanos de outro imunizante contra a mesma doença, desenvolvida pelo Butantan
Foto: Luiz Chaves/PP/Divulgação
A Dengvaxia, primeira vacina contra a dengue disponível no Brasil, vai custar de R$ 132,76 a R$ 138,53, de acordo com alíquota de cada estado, segundo anunciou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A partir de agora, ela poderá ser comprada por hospitais e clínicas particulares. De acordo com o Ministério da Saúde, ainda não há uma previsão de compra para o Sistema Único de Saúde.
A Dengvaxia é produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur e é uma imunização recombinante tetravalente, para os quatro sorotipos existentes da doença. Ela poderá ser aplicada em pacientes de nove anos a 45 anos, que deverão tomar três doses subcutâneas com intervalo de seis meses entre elas. O laboratório informa que a Dengvaxia não protege 100% dos pacientes. Por isso, ela não substitui as recomendações anteriores do Ministério da Saúde.
A aprovação da vacina pelo governo brasileiro ocorreu em dezembro de 2015. Os testes apontaram uma redução de 81% das internações e 93% dos casos graves de dengue. Em média, 66% dos pacientes com os quatro sorotipos ficaram imunizados - 2 em cada 3 pessoas, segundo a Sanofi.
No RS – Já a vacina desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, teve seus testes de eficácia em humanos iniciados na quarta 27. O Centro de Pesquisa Clínica do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), será o único do Sul do país a participar do estudo, que envolve 14 centros e 17 mil voluntários em todo o Brasil.
A aplicação em dose única em humanos é a terceira e última fase de validação da vacina, que tem apresentado excelentes resultados em testes feitos em diferentes partes do mundo. A vacina deve proteger contra os quatro sorotipos da dengue com uma única dose", disse o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil. Os investimentos para o desenvolvimento da vacina são da ordem de R$ 300 milhões. A expectativa é que a fabricação da vacina comece em um ano. O produto final é esperado para o verão de 2018.
Em Porto Alegre, serão recrutadas cerca de mil pessoas, que passarão pela triagem da equipe responsável e serão acompanhadas por cinco anos. Os voluntários devem ser saudáveis e possuir entre 18 e 59 anos, exceto gestantes.
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