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Filas de espera para procedimentos de saúde em Caxias atingem marca preocupante

por Isadora Helena Martins

Dados foram revelados por representantes dos hospitais da cidade durante reunião com a Comissão de Saúde da Câmara

A situação da saúde pública em Caxias do Sul foi tema da reunião realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara nesta semana e também o motivo da manifestação do vereador Rafael Bueno (PDT). Conforme o parlamentar, os representantes dos hospitais Geral, Pompéia e Virvi Ramos apresentaram dados alarmantes das listas de espera para procedimentos como consultas, exames e cirurgias. “4.849 pessoas aguardam cirurgias eletivas autorizadas e não realizadas. Dados do dia 2 de agosto de 2019. Cerca de 8 mil pacientes estão aguardando para fazer exames. Ontem, a própria representante do Executivo disse que para fazer uma colonoscopia, 13 meses é o tempo médio de espera. Uma ressonância magnética, nove meses. Isso é um descaso contra a vida. Aí, 37 mil pessoas aguardam a primeira consulta lá no CES [Centro Especializado de Saúde]. A pessoa tem que passar pelo filtro da UBS, madrugar na fila, tentar o primeiro atendimento e depois vai para a fila dos especialistas, se tem especialista, e depois vai para aonde? É jogada lá na lista de espera para fazer a cirurgia”, salientou o vereador.

Bueno ainda pontuou que 14 pacientes estão internados nos hospitais Geral e Pompéia, na espera por hemodiálise. Segundo ele, a prefeitura não fez novos convênios para prestar o serviço, que custaria R$ 160 mil por mês. “Não tem hemodiálise em Caxias do Sul. Ou seja, nós temos pessoas que têm a saúde, que só precisa do tratamento de hemodiálise, mas estão tirando leitos daquelas pessoas que precisam. Aí o Hospital Geral fez um orçamento de custeio da hemodiálise e foi de R$ 160 mil. A diretora da Secretaria da Saúde, que estava presente na reunião, ela disse: ‘Não, nós não vamos contratualizar com o Hospital Geral porque é muito caro, são R$ 160 mil/mês’. Só as viagens do prefeito e de seu irmão Chico Guerra, que só neste mês viajaram para cinco capitais do Brasil, já deu R$ 160 mil. Já dava para custear um mês de tratamento para essas pessoas”, afirmou.

O vereador Alberto Meneguzzi também criticou o Executivo por não destinar mais aporte à área da saúde. Ele ainda mencionou que vai sugerir que seja prorrogado o plano de contingência firmado entre a prefeitura e o Hospital Virvi Ramos, onde foram adquiridos 15 leitos para o SUS, tendo em vista a superlotação da UPA Zona Norte por conta do fechamento da UPA Central para reformas.  “O fim do contrato de contingenciamento que foi acordado através de um Termo de Ajustamento de Conduta encerra agora dia 10. Esses 15 leitos fazem parte desse acordo. A Secretaria de Saúde diz que não tem como continuar, não vai continuar, mas é importante que continue esse plano de contingenciamento. Era para o inverno? Ok, mas não temos UPA Central e a UPA Zona Norte vai estar mais carregada ainda. Então que se prorrogue o plano de contingenciamento seja com o Hospital Virvi ou com outro hospital”.

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