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Capuchinhos são homenageados nas três esferas de governo pelos 120 anos de presença no RS

por Ivan Sgarabotto

Senado Federal, Assembleia Legislativa e Câmaras de Vereadores fazem homenagens pelo reconhecido trabalho dos freis Capuchinhos

Os 120 anos da chegada dos primeiros freis franceses em solo gaúcho serão lembrados ao longo deste ano com uma variada programação religiosa, atividades, eventos e homenagens. A data comemorativa receberá destaque nas três esferas de governo: Senado Federal, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores de Marau e Caxias do Sul.

Nesta quarta-feira, dia 30, às 14h, ocorre a homenagem pelos 120 anos de presença dos Capuchinhos no RS, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, durante o Grande Expediente Especial proposto pelos deputados Sérgio Turra (PP) e Gilmar Sossella (PDT).

Conforme os parlamentares, a lembrança pelos 120 anos de trabalho da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos no Rio Grande do Sul não é apenas uma data especial, mas o reconhecimento de personagens que trouxeram para o Estado além da espiritualidade, o progresso para diferentes regiões do Rio Grande do Sul. 

De acordo com Turra, a presença dos Capuchinhos mudou a história do Estado. Além de uma missão espiritual transformadora, ele acredita que a Ordem teve um papel social e econômico muito importante. Segundo o deputado Gilmar Sossela, o reconhecimento aos Capuchinhos faz parte de um obrigado fraterno de todos os gaúchos.

Para o Provincial dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul, Frei Cleonir Dalbosco, receber uma homenagem do parlamento gaúcho significa também olhar para trás e reconhecer que desde o início, com os primeiros capuchinhos vindos da França, a semente da espiritualidade e do desenvolvimento das comunidades foi uma constante, em diferentes setores.

Em âmbito municipal, a Câmara Municipal de Vereadores de Marau prestará homenagem no dia 18 de abril, às 20 horas. A iniciativa visa resgatar a trajetória de fortes laços com a comunidade, uma vez que os freis mantém no município o Noviciado (com 09 noviços e 07 frades) e o atendimento da Paróquia Cristo Rei.  Em Caxias do Sul, sede da província no Estado, a sessão solene na Câmara Municipal de Vereadores, será no dia 24 de maio, às 19h30min. A proposta é da vereadora Denise Pessôa (PT), que pretende ressaltar a atuação dos freis em áreas reconhecidas pelos caxienses como na assistência social, comunicação, empreendedorismo e evangelização.

No dia 14 de março, o senador Paulo Paim (PT/RS), usou a tribuna do Senado Federal para saudar os 120 anos de presença dos Capuchinhos no RS. O senador manifestou a alegria de ter participado dias antes de um encontro fraterno com os freis, em Caxias do Sul, sua terra natal.

Na ocasião, teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o trabalho desenvolvido em várias áreas. “Os Capuchinhos fazem o bem sem olhar a quem”, ressaltou o senador, que durante o pronunciamento apresentou um resgate histórico sobre a atuação missionária e a importância do trabalho dos Capuchinhos para o progresso do Estado, as contribuições para o conhecimento e a transformação social no ambiente em que atuam, bem como, as atividades empreendedoras que coordenam. (Assista ao vídeo do pronunciamento na íntegra abaixo da matéria).

História e Trajetória Capuchinha no RS

No dia 05 de dezembro de 1895 dois cultos e dinâmicos frades franceses da Província de Savoia, frei Bruno de Gillonnay e frei Leão de Montsapey, acompanhados pelo ministro provincial, frei Rafael de La Roche, embarcaram rumo ao Sul do Brasil visando implantar um novo projeto missionário junto aos imigrantes italianos. Na primeira semana de janeiro de 1896, chegaram a Porto Alegre, mas a opção dos Capuchinhos, no entanto, foi Conde d’Eu (Garibaldi), onde chegaram pela tardinha do dia 18 de janeiro de 1896, data que marca a fundação da Missão dos Capuchinhos no Rio Grande do Sul. A atuação Capuchinha no Estado foi alicerçada por frei Bruno de Gillonnay, em cinco direções: Missões populares, Pastoral paroquial, Escolas vocacionais, Ensino para os filhos dos imigrantes e Imprensa.

Passados 120 anos de presença no RS, a ação dos capuchinhos, hoje, abrange missões populares, ações sociais (com mais de 20 projetos), pastoral paroquial e hospitalar, animação vocacional e escolas formativas, escola superior de teologia, museu, meios de comunicação (jornais, rádios em redes, sites e plataformas mobile), gráficas, centro de eventos e pousadas voltadas ao turismo e saúde sempre com a marca da alegria franciscana, da simplicidade e disponibilidade para atender as carências da sociedade, testemunhando o carisma do fundador Francisco de Assis.

O entusiasmo missionário já levou os capuchinhos gaúchos a atuar em Portugal, em vários países da África, na Nicarágua, na República Dominicana, França, Haiti, Brasil Central (Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás), interior de São Paulo, Mato Grosso e Rondônia.

A Missão no RS foi elevada à categoria de Província em 1942. Assim, a Província dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul é considerada a primeira província do hemisfério Sul e da América Latina e, hoje, está entre as cinco maiores do mundo. Atualmente, com 246 membros, sendo 180 freis no Rio Grande do Sul e de Santa Catarina; 45 na Custódia Provincial Brasil Oeste - Mato Grosso e Rondônia e 21 na Delegação Provincial do Haiti.

A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos iniciou na Itália em 1528 e, atualmente, está presente em 108 países. No Brasil, está organizada em 10 províncias e duas custódias, totalizando 1.100 frades. Na América Latina e Caribe conta com 30 províncias, cinco custódias e duas delegações.

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