Francisco pede maior justiça nas relações comerciais internacionais
Pontífice iniciou esta quarta-feira a sua primeira visita ao continente africano
Foto: Rádio Vaticano/OR
O Papa alertou hoje em Nairobie para as consequências do contrabando de recursos naturais e das relações comerciais injustas sobre o continente africano.“O comércio ilegal de diamantes e pedras preciosas, de metais raros ou de alto valor estratégico, de madeiras e material biológico, e de produtos animais, como no caso do tráfico de marfim e o consequente extermínio de elefantes, alimenta a instabilidade política, a criminalidade organizada e o terrorismo”, na sede do escritório da ONU na capital do Quénia (UNON).
Francisco disse que estes “tráficos ilegais” crescem num contexto de pobreza e “alimentam a pobreza e a exclusão”. O Papa assinalou que o património africano enfrenta “um risco constante de destruição”, causado por “egoísmos humanos”. Nesse contexto, recordou a realização no Quénia da próxima Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, pedindo um sistema internacional “equitativo e totalmente ao serviço da luta contra a pobreza e a exclusão”.
Francisco também mostrou preocupação com as consequências dos tratados de livre comércio regionais sobre a proteção da propriedade intelectual, “particularmente no sector farmacêutico e das biotecnologias”. “Alguns temas sanitários, como a eliminação da malária e da tuberculose, a cura das chamadas doenças ‘órfãs’ (raras) e os sectores desfavorecidos da medicina tropical reclamam uma atenção política, acima de qualquer outro interesse comercial”, explicou.
O Papa iniciou esta quarta-feira a sua primeira visita ao continente africano, viagem que se prolonga até segunda-feira, com passagens pelo Uganda e a República Centro-Africana. Esta é a 11.ª viagem internacional do atual pontificado e Francisco tornou-se o quarto pontífice a visitar África, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI.
Fonte: Agência Ecclesia
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