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Perseguição aos cristãos aumenta em 22 países no Oriente Médio

por Luciane Modena

Relatório aponta risco à milenar presença cristã na região

Foto: Anwar Amro/AFP/Divulgação

O cristianismo parece estar destinado a desparecer no Oriente Médio conforme indica o relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, que a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) divulgou no final de outubro. O estudo mostra que a perseguição aos cristãos aumentou em 22 países, entre 2013 e 2015.

No Iraque, o relatório conclui que, caso o êxodo de fiéis continue como vem ocorrendo desde 2014, não haverá mais cristãos no país dentro de cinco anos. “Há 14 meses, o Estado Islâmico atacou e tomou toda a região norte do país, obrigando cerca de 100 mil cristãos a abandonarem suas casas. As famílias perderam tudo e, desde então, vivem em tendas ou containers, adaptados como residência [...]. Se não houver uma interferência, o povo cristão irá desaparecer em breve”, disse Douglas Bazi, sacerdote iraquiano que vive entre esses refugiados e que esteve no Rio de Janeiro em outubro.

Os conflitos na Síria também foram responsáveis pela redução de cristãos na região, de 1,25 milhão antes do início da guerra, em 2011, para menos de 500 mil hoje. Conforme o relatório, “há uma limpeza étnica por motivos religiosos”, por parte de extremistas islâmicos, especialmente na Síria e no Iraque, mas também na África.

Extrema

O estudo conclui que, em 2015, a situação dos cristãos piorou em 15 dos 22 países em análise, sendo que em 10 a perseguição é considerada “extrema”. Até 2013, apenas quatro países faziam parte dessa classificação. “Perseguidos e Esquecidos?” examinou 22 países no Oriente Médio e em outros lugares, como China, Egito, Eritreia, Nigéria, Coreia do Norte, Sudão e Paquistão, por meio de entrevistas com bispos, sacerdotes, religiosos/as e leigos.

A perseguição anti-cristã é praticada por grupos fundamentalistas como o Estado Islâmico e o Boko Haram mas, muitas vezes, é obra dos próprios Estados. Isso é demonstrado pelo caso da China, Coreia do Norte e Eritreia, onde mais de três mil pessoas, a maioria cristãos, são mantidas em campos de concentração unicamente por razões religiosas, segundo a porta-voz da AIS na Itália, Marta Petrosillo.

“Oro para que as autoridades busquem métodos mais eficazes a fim de promover a cooperação internacional para derrotar estes crimes contra a dignidade humana e a liberdade religiosa”, disse o Papa Francisco ao receber o relatório da AIS. 

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