O Papa Francisco autorizou, no início de dezembro, a Congregação das Causas dos Santos a promulgar os decretos concernentes ao milagre atribuído à intercessão do venerável Servo de Deus, padre João Schiavo; ao martírio de 23 Servos de Deus assassinados por ódio à fé e às virtudes heroicas de 8 Servos de Deus.

Entre os mártires que serão beatificados está o Servo de Deus Vicente Queralt Lioret, sacerdote da Congregação da Missão, e 20 companheiros, entre os quais seis padres da mesma congregação, cinco padres diocesanos, duas religiosas Filhas da Caridade e sete leigos da Associação Filhos de Maria da Medalha Milagrosa, assassinados por ódio à fé durante a guerra civil espanhola, entre 1936 e 1937.

Capuchinho – Entre os que tiveram suas virtudes heroicas reconhecidas está o cardeal capuchinho Guilherme Massaia, o apóstolo da Abissínia (Etiópia). Italiano de Piovà (província de Asti), hoje Piovà Massaia, Guglielmo nasceu em 1809 e faleceu em 1899, em San Giorgio a Cremano, perto de Nápoles.

Foi ordenado sacerdote em 1932. Aprendeu noções de medicina e cirurgia e foi capelão do rei Vittorio Emanuele II. Mais tarde decidiu ser missionário na Abissínia (hoje Etiópia) e foi nomeado vigário apostólico pelo Papa Gregório XVI. Permaneceu 35 anos na missão, um período marcado por sofrimentos, longas viagens, peripécias, aventuras e exílios.

Na África, fundou importantes missões e soube combinar evangelização com promoção humana e social, dedicando cuidados médicos contra a malária endêmica e a varíola. Por isso era chamado “Pai de Fantatá” (senhor da varíola). Lutou pelo fim da escravidão na Etiópia e escreveu um catecismo acessível e adequado à realidade local. Foi nomeado arcebispo de Stauropoli, Turquia, em 1881 e cardeal em 1884, pelo Papa Leão XIII. Escreveu inúmeras obras, entre as quais ‘Meus 35 anos de missão na Etiópia”, constituída de 12 grandes volumes. Está sepultado em Frascati, onde viveu os últimos dez anos em extrema pobreza. Sua missão na Etiópia deu origem ao filme “Abuna Messias”, como era chamado carinhosamente pelos etíopes, do italiano Goffredo Alessandrini.