As lideranças dos principais setores produtivos e econômicos de Caxias do Sul sempre tiveram opiniões divergentes sobre o impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão de Michel Temer ao poder. Um dos principais argumentos para todas as modificações políticas tem sido a questão econômica. Nos primeiros meses de 2017 a economia do país chegou a apresentar estabilidade e até sinais de crescimento, porém a revelação de conversas do presidente Temer com o empresário Joesley Batista e as acusações de pagamento de propina para diversos políticos colocaram em xeque a idoneidade e a credibilidade do novo governo. Isso tudo voltou a afetar o setor econômico. Nós conversamos com algumas lideranças caxienses e questionamos se perante essa situação, Temer ainda tem condições de governar o país.

O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Nelso Sbabo, teme que uma nova mudança possa comprometer estruturalmente o país e prefere que Temer continue na presidência. Ele critica atitudes de lideranças nacionais que não observam as consequências das informações divulgadas.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros), Eduardo Slomp, defende que seja divulgada a verdade, mas compartilha a ideia de que neste momento Temer deve continuar na presidência.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul, Ivonei Pioner, a inquietação está em quem substituiria Temer. Neste sentido, prefere que o atual presidente termine o mandato.

O atual secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Heinen, que já foi presidente da CIC, tem um posicionamento bem diferente. Ele defende a expulsão de Temer. Diz ainda que o congresso tem sido conivente com a desestabilização do país ao longo dos últimos anos.

No setor agrícola, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares, Rudimar Menegotto, acredita que o afastamento de Temer traria mais tranquilidade ao país.