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Convocação das Forças Armadas intensifica clima de tensão entre parlamentares

por Ivan Sgarabotto

Planalto diz que não havia policiais suficientes para atender a pedido de Maia

Foto: Valter Campanato

Imediatamente após o anúncio do governo sobre a atuação das Forças Armadas, houve um tumulto com empurrões e bate-boca entre os parlamentares da base aliada e da oposição no plenário da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Rodrigo Maia suspendeu a sessão.

À imprensa, Maia negou que tenha pedido intervenção das Forças Armadas. Segundo o presidente da Casa ele solicitou reforço da Força Nacional.

Mas, o clima no plenário já havia esquentado bem antes dessa confusão. No inicio da tarde, a oposição invadiu a mesa diretora gritando palavras de ordem contra o governo e em apoio às manifestações do lado de fora do Congresso.

À noite, os partidos PT, Psol, Rede, PcdoB, PSB e PDT convocaram os deputados e fizeram mais um ato, desta vez no Salão Verde da casa. Os parlamentares deixaram o plenário em protesto contra o decreto presidencial.

As bancadas do PT e Psol na Câmara e senadores da oposição protocolaram decretos legislativos parar anular o ato do presidente.

No Senado, os parlamentares da oposição usaram a tribuna para criticar o ato do governo. As acusações foram rebatidas pelos senadores da base.

O senador Randolfe Rodrigues da Rede protocolou no Supremo Tribunal Federal um mandado de segurança contra o decreto.

O Palácio do Planalto disse que a decisão do presidente Michel Temer de usar as Forças Armadas para reforçar a segurança na Esplanada dos Ministérios na tarde desta quarta-feira, 24, foi tomada com base na informação de que não havia policiais da Força Nacional suficientes para atender à solicitação do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“[...] o Presidente da República, após confirmada a insuficiência dos meios policiais solicitados pelo Presidente da Câmara dos Deputados, decidiu empregar, com base no Artigo 142 da Constituição Federal, efetivos das Forças Armadas com o objetivo de garantir a integridade física das pessoas [...]”, diz um trecho da nota divulgada no início da noite.

O Planalto destaca ainda o tumulto ocorrido durante a manifestação que protestava contra as reformas debatidas no Congresso Nacional e pedia a saída de Michel Temer. No protesto, um grupo de manifestantes e policiais entrou em confronto. O grupo quebrou vidraças dos prédios dos ministérios e colocou fogo em banheiros químicos. A polícia reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os fatos, segundo o governo, motivaram o emprego de militares na proteção do patrimônio público.

“As manifestações ocorridas em Brasília nesta data, como largamente apresentado aos meios de comunicação, produziram atos de violência e vandalismo que, lamentavelmente, colocaram em risco a vida e a incolumidade de servidores que trabalham na Esplanada dos Ministérios nesta capital federal. […] O Presidente da República ressalta que não hesitará em exercer a autoridade que o cargo lhe confere sempre que for necessário”. A nota informa ainda que “restabelecendo-se a ordem, o documento será revogado”.

Mais cedo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, fez um pronunciamento informando que a determinação presidencial partiu de um pedido feito por Maia. O presidente da Câmara se manifestou, informando que fez a solicitação da Força Nacional (composta por agentes das polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros), e não das Forças Armadas. A decisão do governo federal provocou debate entre parlamentares da base aliada e da oposição na Câmara e no Senado.

Com informações da Agência Brasil

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