Vereadores pedem a renúncia do prefeito de Caxias do Sul Daniel Guerra
Parlamentares dizem que o gestor não tem mais condições de governar
O vereador Renato Oliveira/PCdoB propôs, na sessão ordinária desta quarta-feira, 23, que o prefeito, Daniel Guerra/PRB, convocasse uma entrevista coletiva à imprensa, para comunicar a sua renúncia do cargo. “Ele não reúne mais condições para governar Caxias do Sul. Tanto por telefone quanto em idas ao postão, não consegui encontrar o novo diretor-geral do pronto atendimento (PA) 24 horas, Erico Jordani. Da mesma forma, ainda não obtive agenda para me reunir com a secretária em exercício da Saúde, Ana Paula Grando Fonseca. Está um caos. Há falta generalizada de medicamentos”, reclamou o parlamentar.
Em tom crítico, Renato Oliveira, comentou, com certa ironia, que uma das únicas ações positivas recentes do município foi a mudança do lado do estacionamento próximo à sede do INSS, na Rua Visconde de Pelotas.
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo caxiense, o vereador Renato também criticou a condução das negociações com os médicos. Na mesma linha, a vereadora Ana Corso/PT considerou indecorosa a proposta que o governo Guerra fez à categoria, não reconhecendo grevistas e classificando as ausências deles como faltas injustificadas. “Mais de 150 médicos seriam prejudicados. No próximo dia 30 de agosto, tem assembleia geral do Sindicato dos Servidores (Sindiserv) com os médicos. Esperamos que essa proposta seja rejeitada”, ponderou.
Em seguida, o vereador Adiló Didomenico/PTB acusou que o Sindiserv estaria muito alinhado com a Prefeitura. O vereador Rafael Bueno/PDT compartilhou da opinião e apontou problemas, tais como: denúncias de assédio moral a servidores públicos, atraso na negociação do dissídio dos funcionários públicos, terceirização na saúde mesmo com concurso aberto para chamar candidatos aprovados, entre outros.
O vereador Rodrigo Beltrão/PT também afirmou, no Grande Expediente da plenária desta quarta-feira, que o prefeito Daniel Guerra não tem mais condições de governar. O ponto alto, segundo o petista, ocorreu na segunda-feira, 22, diante da atuação da Guarda Municipal (GM) em relação a protesto de moradores do bairro Cinquentenário II e proximidades, em frente à prefeitura.
“Hoje, o prefeito Daniel Guerra não reúne mais condições de ser prefeito. Qual a força viva que apoia esse desgoverno? Em quatro anos, ele vai destruir o que foi feito em 40 anos. Talvez, diga que não tem condições de governar e peça para sair. Ou o prefeito repactua e corrige o rumo ou não dá mais”, avaliou o petista, após fazer uma retrospectiva das mobilizações populares de 2013 e que repercutiram nas eleições municipais de 2016.
Na ótica do parlamentar, a ação da Guarda Municipal foi truculenta e acabou machucando uma pessoa que reivindicava habitação. O protesto que ocorreu na segunda-feira, no Centro Administrativo, contou com a presença de famílias do Cinquentenário II que tinham ocupado uma área pública e terão de sair devido a uma ação de reintegração de posse autorizada pela Justiça. “Classificam as pessoas da mobilização como baderneiras quando deram uma aula de democracia”, opina Beltrão. Conforme o petista, a Guarda agiu sob o mando do governo e, se fizesse efetivamente suas funções, seria vista como uma guarda comunitária.
O vereador Gustavo Toigo/PDT defendeu que o ato na frente da prefeitura seja apurado, por meio de sindicância ou processo administrativo disciplinar. Já o parlamentar Paulo Périco/PMDB ficou surpreso porque, conforme ele, a Brigada Militar teria sido chamada pela prefeitura para auxiliar na segurança, durante a manifestação. “Então, para isso, a Brigada serve, mas para o Policiamento Comunitário, não?”, comentou.
Beltrão também criticou o fato de uma comissão da Câmara, liderada pelo presidente em exercício, Alberto Meneguzzi/PSB, não ter sido recebida nem pelo prefeito e nem pela Chefia de Gabinete, na segunda-feira, 22, logo após o protesto e consequente reação da GM.
Para o vereador Edio Elói Frizzo/PSB, o atual Executivo municipal adota uma postura autoritária e que a população tem observado esse comportamento: “O pessoal apostou na mudança e está percebendo, agora, que a escolha foi para o que há de pior na política. Temos que encontrar uma saída para esse problema que estamos vivendo”.
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