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“Foi o amadurecimento de uma crise de três anos”, avalia presidente da CIC sobre cassação de Daniel Guerra

Baixar Áudio por Rodrigo Fischer

Avaliação foi realizada no programa Temática Painel desta segunda-feira (23/12)

Foto: Julio Soares/Divulgação

Este último final de semana entrou para a história de Caxias do Sul. A cidade registrou pela primeira vez a cassação do mandato de um prefeito. Daniel Guerra perdeu seus direitos políticos por voto de 18 dos 23 vereadores que fazem parte do Legislativo municipal. A repercussão do fato chegou a diversas entidades do município, uma delas é a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).

Em entrevista ao programa Temática Painel, da Tua Rádio São Francisco, o presidente da CIC, Ivanir Gasparin, apresentou sua visão a respeito do processo de impeachment. Segundo ele, a antiga administração não chegou a gerir a cidade e ressalta que está triste pelo afastamento do ex-líder municipal. Além disso, deixa claro que a entidade sempre se mostrou disposta ao Município para os temas que interessam a Caxias do Sul.

“Quando falamos em gestão, se pensarmos, não houve. E eu repercuto que não estou contente [com a cassação] e acho que é um trauma para Caxias do Sul. Mas, desde o primeiro momento, a CIC sempre se colocou a disposição, até a dez dias atrás eu estava em Brasília com o prefeito [Daniel Guerra].”, comenta.

Em uma parte do programa, Gasparin visualiza que a cassação foi o “amadurecimento de uma crise de três anos”, reforçando que não escolheu posição a respeito do tema. Para ele, o processo de impeachment foi para frente não por escolha da Câmara de Vereadores, mas por ações da antiga gestão que culminaram nesse afastamento.

“É o amadurecimento de uma crise de três anos anunciada. Eu nem tomei posição, seja a favor ou contra, como entidade. Vivemos um dia triste na cidade, não pela Câmara, mas pelo momento. E, olha, me surpreendeu as colocações magistrais de alguns vereadores.”, coloca.

Por último, Gasparin avalia que o radicalismo de Daniel Guerra tornou improvável a reversão do impeachment. No momento, deveria ter ocorrido um diálogo com os parlamentares.

“Eu digo que, de repente, o prefeito perdeu o mandato pelo próprio radicalismo em cima da hora. Aquelas ofensas que vi nas redes sociais, ele perdeu voto [dos vereadores no julgamento do impeachment]. Há momentos de você conversar e, novamente, se pede isso na cidade.”, reafirma.

O processo de impeachment do ex-prefeito Daniel Guerra durou mais de 51 horas, cerca de dois dias de julgamento. Esta foi a maior sessão registrada nos 127 anos de existência da Câmara de Vereadores da cidade.

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