Cerca de 70% dos inquéritos abertos por Fachin são de pagamento de caixa 2
Os inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal investigam 108 pessoas
Dos inquéritos abertos pelo ministro do STF Edson Fachin, 71% tratam de acusações de pagamento de caixa 2, que são recursos não contabilizados pela Justiça e pagos a partidos e políticos a pretexto de campanhas eleitorais.
Já os 29% restantes envolvem acusações de pagamento de propina para facilitar contratos e licitações da empreiteira Odebrecht com o Poder Público ou para aprovar medidas em tramitação no Congresso nacional que beneficiariam a construtora.
Em parte dos inquéritos que tratam de caixa 2, os delatores especificam que os recursos estavam de alguma forma ligados a uma contrapartida, como futuros contratos com o poder público. Na maioria dos casos, a empreiteira esperava conseguir obras de saneamento básico.
O ex-diretor da empreiteira, Alexandrino de Alencar, afirmou, em delação, que o objetivo com os pagamentos de caixa 2 era o crescimento do grupo Odebrecht.
Também em delação, o ex-presidente do Grupo e herdeiro da empresa, Marcelo Odebrecht, explica que muitas vezes o caixa 2 tinha como objetivo esconder de outros políticos o repasse de recursos para determinados candidatos.
Além das investigações sobre caixa 2, os inquéritos investigam também o pagamento de supostas propinas para manter ou conseguir contratos e licitações com o poder público.
Nesses casos, que representam 22% dos inquéritos abertos, os pagamentos não eram associados às campanhas, mas diretamente a contratos e licitações como, por exemplo, as obras de hidrelétricas no Rio Madeira, na região amazônica.
Os outros 6% dos inquéritos abertos investigam o pagamento de suposta propina para editar medidas que beneficiariam a Odebrecht e aprová-las no Congresso Nacional, por exemplo, uma medida provisória de 2013 que reduziu o pagamento de impostos do setor químico, trazendo ganhos ao grupo empresarial.
Os inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal investigam 108 pessoas, entre elas estão 8 ministros do governo, 24 senadores, 39 deputados federais e 3 governadores.
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