Na última quinta-feira (15) a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aprovou a continuidade do processo de impeachment do prefeito Daniel Guerra (PRB). O prefeito é acusado de descumprir ordens judiciais, como as relacionadas a vagas na educação infantil e ao Financiarte, que garante verba para projetos culturais. A denúncia foi aprovada pelos parlamentares por 18 votos a quatro e será analisada pela Comissão Processante, formada pelos vereadores Edson da Rosa (PMDB), Elói Frizzo (PSB) e Velocino Uez (PDT).

Apesar da grande quantidade de votos que a aprovação do processo recebeu, a medida causa polêmica, uma vez que a validade das acusações é questionada. Durante o programa Temática Debate, o vereador Renato Nunes (PR) enfatizou a falta de isenção no julgamento: “Todo mundo sabe que o Elói Frizzo [relator do processo] é um dos maiores adversários políticos do Guerra. É óbvio que ele ia fazer o relatório pelo prosseguimento”.

Ainda na defesa do prefeito, o vereador Chico Guerra (PRB) concorda que o processo não é baseado em evidências e que o impeachment tem o objetivo de tomar o poder de volta. “Não tem provas para o impeachment. Um processo desse é muito delicado, pode prejudicar uma cidade inteira e vai afetar por anos a cidade”, alerta.

Por outro lado, na defesa da continuidade da cassação, o vereador Paulo Périco justifica que a última denúncia é consistente, diferente dos casos anteriores. “Nos dois primeiros pedidos, não havia fundamentações jurídicas. Já na terceira, foram fundamentados sete itens com vários anexos. Por isso, os vereadores pediram para que se admitisse o julgamento do prefeito”, explica.

Durante o debate, incentivados por perguntas de ouvinte, os vereadores também responderam perguntas de ouvintes, que incluem temas como a abertura de Unidades Básicas de Saúde e o transporte público do município. Para a conversa, também foi convidado Rodrigo Beltrão (PT), que não pode comparecer por problemas pessoais. Ouça a íntegra pelo link, logo abaixo da foto.