As declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), sobre saída do governo federal e mudança para a oposição, não são tidas como tão alarmantes como parecem para o deputado federal e ex-vereador de Caxias do Sul, Mauro Pereira (PMDB). Mauro entende que a posição não vai prejudicar o Brasil porque questões pessoais não terão influência nas votações de projetos. “Os deputados têm compromisso com o país. Agora, quem fez essa denúncia terá que provar porque o presidente sabe o que quer e é bom de briga!”, disse. Apesar disso, ele afirma que a bancada do PMDB é muito unida e, por isso, o presidente não ficará sozinho.

Conforme Mauro, mesmo no recesso do Congresso, três parlamentares do PMDB estão em regime de plantão. Como ele é um deles, retorna à Brasília na segunda-feira (20) com a expectativa de que o vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, convoque uma reunião imediata com a bancada. “Para que haja entendimento, vamos precisar nos reunir. Eu estarei em Brasília! Será necessária uma reunião”, disse.

Sobre as relações do governo com o PMDB depois das declarações, Mauro aposta em uma conversa franca. “Vão ter que sentar e colocar os pingos nos is. A verdade terá que começar a aparecer. Esse delator (Júlio Camargo) mudou de opinião e isso terá que ficar bem claro. A equipe da presidente Dilma terá que entrar em cena! É fácil dizer que uma pessoa roubou, mas provar...”., argumenta. O maior problema apresentado por Cunha é que o Planalto estaria ‘auxiliando’ em denúncias contra ele nas investigações da Operação lava-jato.