Destinação do prédio do Senai José Gazola para sede do Batalhão de Choque da BM é questionada na Câmara
Baixar ÁudioVereadores afirmam que existem leis municipais que asseguram a área apenas para atividades educativas
O prédio do Senai José Gazola foi o motivo da manifestação do vereador Alberto Meneguzzi (PSB) durante a sessão desta terça-feira (10). Conforme o parlamentar, o local está desativado devido ao encerramento dos cursos profissionalizantes que eram ofertados na unidade. Ainda segundo Meneguzzi, existem duas leis municipais que prevem que o prédio seja ocupado para a área da educação. “Nós entendíamos pelas leis municipais, 2.275, de 1980, e 2.483, de julho de 1979, de que se aquele prédio do Senai José Gazola não fosse ocupado para cursos profissionalizantes, que ele devia ser ocupado para a área de educação, de alguma forma. E nós tentamos conversar de novo com o Simecs há cerca de 15 dias, a respeito da possibilidade de ocupação do prédio Senai José Gazola com uma unidade da UERGS - Universidade Estadual do Rio Grande do Sul. Representantes da UERGS inclusive estiveram junto com a gente nessa reunião. Ficou acordado de que nós mandaríamos documentos, estudaríamos a lei, o Simecs faria um estudo jurídico, conversaria com o conselho do Senai e nos daria uma resposta”, salientou.
Porém, na última semana, o Município de Caxias do Sul assinou em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), um termo de cessão de uso do prédio para o Batalhão de Polícia de Choque da Brigada Militar. Com isso, o espaço, onde antes funcionava o Senai José Gazola, vai abrigar os 110 homens do novo Batalhão, que passam a atuar em Caxias e região.
Essa cedência do espaço do antigo Senai José Gazzola gerou o questionamento de Meneguzzi: “Eu defendo segurança. Mas confesso que eu fui pego de surpresa com essa cessão, com essa assinatura que, na minha concepção, não tenho formação jurídica, ela fere inclusive com uma lei municipal. Bom, se o Senai devolveu aquela área para o Município e o Município está fazendo o que quer com ela, ok. Mas, se o Senai está assinando uma cessão, nós estamos ferindo uma lei municipal que fala que a utilização, se não for para cursos profissionalizantes, tem que ser para a área de educação”.
Em aparte, o vereador Elói Frizzo (PSB) também reforçou que a lei prevê que o espaço seja destinado para atividades educativas. "Com relação à utilização do espaço, a lei prevê que não sendo utilizado pela instituição, só seria possível sua utilização no mesmo tipo de atividade, atividade educativa. Eu só lembro que, por exemplo, Caxias tem o Olga Maria Kayser, um espaço do Estado que está lá abandonado. Por que o pelotão de choque não pode ser colocado lá? E se manter esse espaço maravilhoso da escola Senai José Gazola para a colocação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, que hoje está por aí largada às traças lá no Cristóvão” reforçou.
Meneguzzi ainda voltou a criticar os empresários do município, que mantinham as atividades do Senai, por encerrarem as atividades no espaço sem um diálogo aberto com outros setores da sociedade. “ Principalmente os educadores e aqueles que são lideranças da região norte falavam da importância da manutenção daquele prédio, daquela utilização daquela área para a formação profissional, para a área de educação. Nós tentamos fazer esse diálogo, mas essa decisão já estava tomada, em relação ao Senai José Gazola, pelo Sistema S, pelos empresários, pelo Simecs, enfim, por empresários que, volta e meia, criticam a classe política por não dialogar, pelas nossas ações. E fazem isso de forma democrática. Então, de forma democrática eu deixo aqui também, a manifestação da total falta de diálogo por parte da classe empresarial em relação à ocupação e à utilização do Senai José Gazola”, relatou Meneguzzi.
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