Estação de reciclagem de plástico é solução para retirar plástico dos mares e ambientes terrestres
Baixar ÁudioProposta visa amenizar impacto do descarte incorreto na natureza. Plástico será reciclado e transformado em novas peças, com oportunidades de geração de renda
Foto: Foto/Matthew Gollop/Pixabay
O descarte incorreto de plásticos é um problema mundial. Apenas 1,26% das 11 milhões de toneladas de plástico fabricado anualmente no Brasil é reciclado. Do restante, 80% param nos oceanos, segundo dados da WWF. Como forma de amenizar esse impacto, cinco mulheres que vivem no litoral paranaense estão adaptando o projeto do holandês Dave Hakkes para desenvolver uma estação de reciclagem de plástico que processará os resíduos plástico.
A ideia é ter um espaço onde empresas e pessoas possam trazer o plástico. Em seguida, faz-se a separação por tipo de material, trituração e transformação em outros produtos, como capinhas de celular, chaveiros, balde e mármore plástico, trazendo uma solução para o aporte de lixo plástico.
Estudos científicos comprovam que mais de 80% do lixo que alcançam os oceanos são produzidos em terra. O plástico é o artefato do século 20. Foi uma novidade, mas hoje está se tornando um problema.
O projeto ganhou forma quando a ideia entrou no Programa Natureza Empreendedora, criado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza para fomentar a cultura do empreendedorismo e desenvolver iniciativas inovadoras com impacto socioambiental positivo.
O Marixo foi uma das iniciativas desenvolvidas no Programa Natureza Empreendedora, que auxilia a articulação de negócios inovadores na região do Lagamar paranaense. As propostas desenvolvidas visam explorar o potencial econômico da região, capacitar a comunidade local e aumentar a oferta de emprego com impacto positivo ao meio ambiente. Ao todo, 35 empreendedores de Antonina, Morretes, Paranaguá e Guaraqueçaba estão envolvidos no Natureza Empreendedora, que também conta com o apoio do Sebrae-PR na fase de ideação de propostas.
Iniciado em 2018, o Natureza Empreendedora foi estruturado a partir da identificação do potencial empreendedor aliado à conservação da Mata Atlântica em alguns municípios da região do Lagamar paranaense. O estudo concluiu que há espaço para inovação, melhoria da qualidade de vida da população e agregação de valor, com impacto socioambiental positivo. A pesquisa também mapeou que os jovens desejam continuar na região, mas não encontram oportunidades, e que existe pouco senso de valorização e identidade da Mata Atlântica.
Guilherme Karam, coordenador de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, falou sobre o assunto em entrevista ao programa Temática na manhã desta terça-feira. Confira na íntegra.
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