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Simplás defende legislação de estímulo à educação ambiental e responsabilização de poluidores

por Ivan Sgarabotto

Presidente Jaime Lorandi apresentou projeto Plástico do Bem e iniciativa de articulação mundial por sustentabilidade na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul

Foto: Neli Alvanoz

“Não temos cultura de responsabilidade. Precisamos mudar isso nas próximas gerações”. A afirmação do presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Jaime Lorandi, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS), sintetiza o espírito com que a entidade pretende que a interação entre os materiais descartáveis e a sociedade seja conduzida em um futuro próximo – se possível, de imediato. Para o Simplás, é momento de se discutir até uma legislação que ofereça estímulos à educação ambiental e sanções a comportamento poluidor.

“A pessoa é a primeira responsável pelo que consome. Pleiteamos uma nova educação para criar novos hábitos nas gerações futuras, para destinação correta de resíduos pós-consumo a partir de nossas casas. Temos de dar mais ênfase nisso. Talvez, criando leis que estimulem a educação ambiental e punam quem age de modo incorreto”, afirmou Lorandi, que, a convite do vereador Gustavo Toigo (PDT), ocupou a tribuna do plenário para apresentar as iniciativas de sustentabilidade do sindicato.

Já em fase de captação de recursos, está o projeto Plástico do Bem. Uma das principais ferramentas a serem utilizadas no programa foi apresentada aos vereadores pelo presidente do Simplás: uma lixeira, de estrutura pequena, leve e portátil, com três compartimentos de separação – para resíduos orgânicos, plástico pós-consumo limpo e demais descartáveis. A lixeirinha, que já tem matriz desenvolvida, será distribuída e estudantes e professores do sistema público de ensino fundamental de municípios da área de abrangência do Simplás que optarem por participar da mobilização. O sindicato viabilizará orientação técnica e material didático para aprimorar o trabalho já realizado pelos professores – e sanar as dúvidas que surgirem – a fim de educar as crianças para a correta separação dos resíduos plásticos pós-consumo.

O material recolhido nas residências dos alunos, com o engajamento das famílias, será reunido nas respectivas escolas, em grandes recipientes de coleta. A cada semana, uma empresa cadastrada e identificada passará nas escolas, pesará o volume arrecadado e pagará à escola pelo material, que será destinado à reciclagem. As crianças aprendem – e disseminam o conhecimento adquirido nas próprias famílias – e as instituições de ensino ainda podem obter uma renda extra, para empregar da maneira que considerarem mais adequada.

“Quando nós, que trabalhamos com plástico, vemos aquelas imagens de material descartado flutuando em rios e mares, o que vemos é matéria-prima de boa qualidade jogada fora. Desperdício. O plástico é material inerte. Bom para a humanidade. O que há é má destinação por parte de algumas pessoas. Porque não temos uma cultura de responsabilidade”, disse Lorandi.

Material símbolo dos pobres

O plástico tem relação direta com o aumento da qualidade e da expectativa de vida da humanidade. Dados da indústria apontam que 90% dos alimentos distribuídos no mundo estão protegidos em embalagens plásticas. E 86% das residências com acesso e armazenamento de água potável são abastecidas por canos, dutos e caixas d’água. Apenas 15% dos materiais plásticos são descartáveis. Os outros 85% têm durabilidade de centenas de anos.

“Graças a esta característica, os plásticos podem ser usados, por exemplo, na construção civil e nas obras de saneamento básico, principalmente por famílias de baixa remuneração, nas residências mais humildes. É por esta razão que entendemos que o plástico é o material símbolo dos pobres. Porque é bom, bonito e barato”, afirmou o presidente do Simplás, Jaime Lorandi.

No pronunciamento à Câmara de Vereadores de Caxias do Sul (RS), quarta-feira (14), pela manhã, o dirigente também expôs a articulação mundial por sustentabilidade iniciada pelo sindicato junto ao Vaticano.

“Na Encíclica Laudato Si, redigida de maneira brilhante pelo Papa Francisco e sua equipe, há a orientação de se reduzir o consumo de plástico, entre outros materiais. Porém, se apenas evitarmos ou reduzirmos o consumo de plástico, vamos prejudicar ainda mais as pessoas mais pobres e agredir ainda mais o meio ambiente, porque os outros materiais são muito mais caros e exigem mais recursos do meio ambiente para serem produzidos. O que propomos, então, é uma nova orientação”, explica o presidente do Simplás.

O processo se expandiu e adquiriu as feições de um diálogo envolvendo todos os segmentos da indústria plástica e petroquímica do planeta, instituições das esferas pública e privada e governos, a fim de consolidar e disseminar um novo posicionamento educativo global em torno do descarte e reaproveitamento de materiais pós-consumo.

“Nosso objetivo é buscar uma união mundial de todos os setores por uma educação para o descarte correto de materiais e para a reciclagem. Assim vamos mudar as próximas gerações”, concluiu Lorandi.

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