Dia nacional da visibilidade trans é marcado por possível preconceito em órgão público de Caxias do Sul
ONG pretende realizar manifestação silenciosa na próxima semana
A data que serviria de motivo para a promoção positiva de atividades da ONG Construindo Igualdade acabou resultando em boletim de ocorrência na polícia. O dia nacional da visibilidade Trans, lembrado em 29 de janeiro, foi escolhido para que um grupo de pessoas encaminhasse o cartão SUS junto à secretaria municipal da saúde na tarde de sexta-feira, 29-01. No entanto, a coordenação do setor teria negado a colocação do nome social dos usuários trans e, ainda, teria manifestado preconceito e provocação chamando as integrantes de ‘cara’ de forma pejorativa. O relato é da presidente da ONG e conselheira da saúde, Cleonice Araújo, que considera a opção do nome um direito garantido por leis nacional e estadual.
O nome social seria utilizado para que o usuário fosse chamado em público e não para modificar cadastros do sistema. O objetivo da ONG seria fazer um alerta para a falta de procura da comunidade trans em relação a acompanhamento médico. Cleonice explica o que ocorre com uma pessoa trans no momento do atendimento, caso não seja chamado pelo nome social. (Acompanhe em áudio)
O grupo chegou a falar com a secretária da saúde, Dilma Tessari, mas não foi apresentada solução. Ela iria participar de uma foto para divulgação da ONG sobre a confecção do cartão SUS no dia de ativismo mas, diante do ocorrido, os integrantes desistiram.
A reportagem contatou a assessoria e a secretária da saúde, Dilma Tessari, na tarde deste sábado (30-01) para esclarecimentos, mas não houve resposta. O fato não foi levado apenas à delegacia como discriminação, mas também ao conselho estadual de saúde e ouvidoria nacional do SUS. A ONG pretende efetuar uma manifestação silenciosa, com cartazes, em frente à secretaria na próxima semana.
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