Há algum tempo os motoristas de transporte por aplicativo de Caxias do Sul realizam protestos na cidade por descontentamento com as plataformas. As principais reivindicações são a falta de segurança fornecida aos condutores e o ganho baixo pelo tempo de trabalho, que pode chegar a 14 horas por dia. Os dois motivos foram essenciais para que a categoria, desde o ano passado, trabalhe para a formação de uma cooperativa, anunciada como uma forma de valorizar a classe. Seria a primeira do tipo no estado e uma das pioneiras no país.

A iniciativa é encabeçada pela Associação Liga dos Motoristas do Rio Grande do Sul (ALMA), representante do setor no estado. A ideia foi criada em Caxias, pelo grupo da entidade que responde pela Serra Gaúcha. Um dos objetivos da cooperativa é criar um aplicativo de transporte de passageiros próprio, fornecendo maior segurança aos condutores e viajantes e oferecendo um percentual maior de lucro da corrida ao motorista. Atualmente, a plataforma fica com 32% do rendimento da viagem, o que é considerado alto pela associação. As afirmações são realizadas pelo ex-diretor-geral e integrante da ALMA na região, Márcio Guimarães. Ele também é um dos idealizadores do projeto. Guimarães conta que a cooperativa começou a ser planejada há um ano e meio, no decorrer das manifestações e conversas com outros motoristas. O grupo iniciou o trabalho, com o intuito de que a categoria fosse dona do seu próprio negócio. A proposta foi montada e, durante as eleições 2020, os candidatos a prefeitura caxiense tiveram acesso a iniciativa. Em paralelo, havia reuniões com a Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (SMTTM) para viabilizar a cooperativa. Após o pleito eleitoral, as conversas avançaram com a atual administração e a ideia foi aprovada.

Guimarães afirma que o Município foi procurado, pois planeja retornar parte dos lucros aos cofres públicos, além de querer o apoio do Executivo para futuros projetos. A Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil também foram procuradas para apresentação da proposta. Segundo ele, os órgãos de segurança terão acesso aos carros dos motoristas da cooperativa, por meio de rastreadores. A intenção é proteger os condutores de ação de criminosos. Além disso, os passageiros teriam uma espécie de “botão pânico”, que acionaria as forças policiais em caso de perigo.

Guimarães diz que já há associados antes da criação da cooperativa. São 300 motoristas de Caxias cadastrados para fazer parte da futura entidade. O projeto será lançado quando houver a adesão de 500 condutores. O limite máximo de participantes será de 1.500 pessoas. Ele conta que o passo inicial é que a iniciativa cubra municípios da Serra, como Bento Gonçalves, Farroupilha e Flores da Cunha. Outras cidades do RS procuraram a ALMA para conhecer o projeto: Passo Fundo, Erechim, Pelotas, Rio Grande e Santa Maria. 

Agora, Guimarães afirma que o grupo quer apresentar a cooperativa para o prefeito Adiló Didomenico (PSDB). Este seria o último estágio para lançar a plataforma. A expectativa é que na segunda quinzena de agosto seja dado início à entidade.

Clique AQUI e confira a entrevista completa.