A crise econômica que afeta o Brasil e o mundo, também impactou na chegada e saída de migrantes em Caxias do Sul. De acordo com a coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante de Caxias do Sul, Irmã Maria do Carmo dos Santos Gonçalves, até o dia 30 de novembro, 800 novos migrantes passaram pela cidade, porém, percebeu-se uma redução de migrantes, principalmente haitianos, em todo o Rio Grande do Sul. Segundo a Irmã Maria do Carmo, um dos motivos é a busca pelo “sonho americano”. Ela afirma serem compreensíveis os motivos da saída destes migrantes do país."É muito fácil de entender porque as pessoas fizeram isso. O migrante, no momento que ele não tem a possibilidade de inserção laboral, ele não tem como se manter. Muitas pessoas nos pedem se eles recebem alguma bolsa do governo. Não, eles não recebem nenhum auxílio. Tudo que eles tem, eles conseguem através do trabalho, e se não há o trabalho, dificilmente ele conseguem permanecer", afirma Irmã Maria do Carmo.

Para que esta situação mude, a Irmã Maria do Carmo afirma que a partir de 2017, o Centro de Atendimento ao Migrante dará um suporte maior para a qualificação profissional aos migrantes que residem em Caxias do Sul. No domingo, ocorreu a 4ª edição da Marcha dos Migrantes na Praça Dante Alighieri. Cerca de 150 pessoas participaram do ato. Foi a primeira vez que o evento coincidiu com o Dia Internacional do Migrante. Logo depois da marcha, os migrantes se dirigiram até a Câmara dos Vereadores. Lá foram apresentados os principais pontos da nova Lei de Migrações, recentemente aprovada na Câmara dos Deputados. "Foi importante esse diálogo entre eles, porque a questão do aprendizado do idioma ainda é um problema, e essas questões foram retormadas com a questão de como será a partir de agora com o novo marco regulatório migratório para o Brasil", avalia Maria do Carmo.

O Centro de Atendimento ao Migrante atende na rua Professor Marcos Martini, número 1600, bairro Marechal Floriano.