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Possibilidade de queda de barreira pode causar desabastecimento de água e de energia elétrica, em Caxias

por Daniel Lucas Rodrigues

Nesta quinta-feira (16/05), o presidente do Samae e o geógrafo da Garden Projetos alertaram que uma área com um tamanho de três campos de futebol pode desabar em trecho da Rota do Sol, onde fica a adutora do Marrecas

Foto: Laura Piola/Divulgação

A Prefeitura de Caxias do Sul atenta para o alto risco de deslizamento de uma área equivalente a três campos de futebol no trecho da Rota do Sol, onde se localiza a adutora do Sistema Marrecas, próximo ao distrito de Vila Seca. O alerta foi realizado pelo presidente substituto do Samae, Ângelo Barcarolo, e pelo geógrafo Elton Boldo, diretor da empresa de engenharia Garden Projetos, contratada pela autarquia para avaliação técnica da área de risco na região. Eles explicaram a situação em sessão na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (16/05) e por vídeo divulgado nas redes sociais.

A queda completa da barreira pode afetar o abastecimento de água de parte da população atendida pelo Sistema Marrecas e o fornecimento de energia elétrica na cidade. Conforme Barcarolo, é possível que uma rede de transmissão de energia seja atingida pelo deslizamento, pois se localiza em um ponto onde o solo está cedendo. Isso poderia causar um colapso energético em Caxias. Boldo explica que, na parte mais alta da área, há uma torre chamada de Linha de Transmissão (LT) 230, que conecta Lajeado Grande ao município caxiense, sendo uma das três fontes primárias de energia elétrica da Serra Gaúcha. O geógrafo afirma que existe um risco de colapso, mas que pode ser mitigado desde que a Eletrosul, divisão da Eletrobrás na região Sul, garanta o reabastecimento de energia no caso de queda dessa Linha. Ele revela que o tema já chegou à gerência da empresa, por meio de uma ação do Ministério Público do Estado (MP-RS).

Elton Boldo fala que a torre já está condenada, mas que, no momento, houve um trabalho de escora da estrutura para evitar uma eventual queda. Para o geógrafo ainda há um agravante. A obra de contenção da encosta precisa iniciar onde está situada a Linha de Transmissão, o que deve mobilizar diversos órgãos, como o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), a Eletrosul e a Prefeitura de Caxias. Por mais que tenham outras duas fontes de energia que podem abastecer a cidade, Boldo afirma que não é válido se dar o luxo de perder uma LT.

Abastecimento de água pode ser afetado

O deslizamento completo da área deve provocar a ruptura da adutora do Sistema Marrecas. Isso atingiria 27% da população que é atendida pelo complexo, como a região norte de Caxias. A tubulação já sofre com constantes quedas de barreiras, que ocasionaram em três rompimentos, mais danificações na estrutura. Por isso, não há normalização total do fornecimento aos bairros.

Conforme Barcarolo, parte da região norte e nordeste está sendo abastecida pelos sistemas Faxinal, Maestra e Dal Bó. As demais localidades são atendidas com 17 caminhões-pipa que reservam entre 15 mil a 28 mil litros de água. Esses veículos provisionam os reservatórios dos bairros atingidos e, quando tecnicamente viável, a rede de hidrantes.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (16/05), o Samae afirma que realizou o conserto do vazamento em uma das partes da tubulação no Sistema Marrecas. Os testes foram realizados com sucesso e a distribuição de água já está iniciando gradativamente nos bairros. O abastecimento total se dará ao longo desta sexta-feira (17/05).

O Samae também planeja ações de realocação da adutora que fica na Rota do Sol. O primeiro está em andamento pela autarquia. Há a contratação emergencial de uma empresa para fornecimento de uma tubulação igual a utilizada no Marrecas. O objetivo é recolocar a adutora para o outro lado da rodovia. O material deverá ser entregue no prazo de 20 dias. Devido à complexidade, obra levaria de 90 a 120 dias para ser concluída. Outra medida seria a implantação de uma rede de adutora emergencial sob a pista da Rota do Sol, no trecho onde se encontra a atual tubulação, caso haja segurança e condições para a intervenção.

Para médio a longo prazo, o Samae planeja uma obra de interligação de todos os sistemas que abastecem a cidade, a fim de que nenhuma região fique sem água. A obra levaria aproximadamente 18 meses para ser finalizada. O objetivo é que os sistemas se retroalimentem, sem que prejudique o fornecimento de água nos bairros.

Demais preocupações

Se acontecer o deslizamento, esse trecho da Rota do Sol pode ser totalmente bloqueado, uma vez que levaria de 15 a 20 dias para retirada do material que desabou da encosta. Conforme Boldo, há estimativa de que seriam necessários de 20 a 25 mil caminhões para recolher todo o material.

Futuramente, a Garden Projetos realizará um projeto básico de remediação, para, futuramente, criar um plano de reconstrução da área, onde todos os órgãos públicos e privados estejam envolvidos. Na situação atual, são realizadas medidas paliativas para tentar conter a encosta.

CLIQUE AQUI E CONFIRA A SESSÃO NA CÂMARA DE VEREADORES.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O VÍDEO DE ALERTA DIVULGADO NAS REDES SOCIAIS.

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