Ex-prefeito de Maringá defende participação da sociedade como saída para governos transformadores
Exemplo de rua em Nova York remete iniciativa popular como chave para mudanças sociais
Uma cidade em que lideranças se organizam e acompanham os gastos do município, decisões do prefeito, detalhes das licitações públicas e, além disso, se reúnem em um grupo chamado observatório fiscal e até indicam quem deve assumir o cargo de controle financeiro no governo. Essa foi a experiência do ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, na cidade paranaense a partir do movimento Repensando Maringá. Há alguns anos, a população local passou a definir as metas para a cidade e convidou os candidatos a prefeito a assinarem o compromisso com documento registrado em cartório. A iniciativa fez com que Maringá resolvesse problemas comuns a cidades brasileiras: o desperdício de verba pública.
“O problema é que alguns políticos têm medo de dividir o poder, de ter uma sociedade forte!”, disse Barros, que foi o palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, nesta segunda-feira (14). Barros falou sobre cidades sustentáveis, mas insistiu na importância da participação da população.
Para Barros, não adianta esperar dos governos. Como exemplo, o também engenheiro citou uma das ruas mais famosas do mundo, a Times Square em Nova York. Um grupo de empresários, na década de 1990, se reuniu e apresentou ao prefeito a proposta de aumentar em 1% o IPTU do grupo, mas com a contrapartida de que o valor fosse repassado a eles. Em pouco tempo, a região da Broadway deixou de ser palco para moradores de rua e prostituição e deu lugar a um dos locais mais valorizados dos Estados Unidos. “O prefeito é o executivo contratado pelo povo e tem que fazer o que povo solicita”, defendeu Barros, que também é engenheiro civil e especializado na área ambiental.
A iniciativa de grupos da sociedade é o caminho para futuras cidades sustentáveis, assunto que será debatido por chefes de estado neste ano, na COP21 em Paris. A palestra foi em comemoração aos 40 anos do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul (Sinduscon).
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