Na última semana, foi realizada uma reunião entre o coordenador do zoo e do curso de Medicina Veterinária da UCS, Leandro do Monte Ribas, o deputado Pepe Vargas (PT) e a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do estado Marjorie Kauffmann. Em pauta a manutenção, resgate, tratamento e acolhimentos dos animais silvestres que o zoo da UCS recebe na área de Caxias e de várias cidades da serra.

No encontro, promovido pelo deputado, o professor destacou a necessidade urgente de apoio do estado para revitalizar a infraestrutura do Zoológico da UCS, ampliando assim as ações de conservação da fauna silvestre da Mata Atlântica e fauna urbana com foco na ecorregião da Serra Gaúcha. Ele destacou que a UCS não tem recursos próprios para seguir com investimentos. O zoo faz todo o tipo de resgate destes animais, bem como o tratamento adequado. A despesa mensal média é de R$ 50 mil, que cobre recursos humanos e alimentação do nosso plantel. Não estão incluídos aqui custos de medicamentos, consultas, cirurgias e exames dos animais resgatados atendidos no zoo. O professor afirmou que é preciso uma rede de cooperação pública e privada na proteção da fauna silvestre e urbana e para manutenção de ecossistemas saudáveis.

Conforme o deputado Pepe Vargas, o acolhimento da fauna necessita de diretrizes e regras que definam o atendimento a estes animais já que o problema aumenta com a aproximação da fauna silvestre ao meio urbano. Pepe destacou que o estado tem políticas públicas voltadas para a conservação da fauna silvestre, porém é necessário definir uma política de resgate, acolhimento, cuidados e manejo da fauna silvestre nestes casos, não existe política efetiva e de financiamento neste sentido.

A secretária Marjorie concordou com as necessidades do zoo da UCS e prometeu a formação de um grupo de trabalho na busca de soluções.

De junho de 2022 até junho de 2023 foram 298 atendimentos de fauna resgatada, média de 27 por dia. Se todos os encaminhamentos fossem atendidos o número, segundo Leandro Ribas, seria o dobro.

O zoológico da UCS é de 1997 e foi criado pelas demandas da polícia ambiental da época porque ainda não existia nada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Caxias. O zoo recebe, desde então, animais apreendidos, que são vítimas de maus-tratos ou que foram encontrados pela comunidade, e sempre foi mantido com recursos da própria universidade. De acordo com Ribas, tudo sempre foi custeado pela UCS, desde os cuidados com os animais até os recursos humanos.