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Com pandemia, cerca de 50% das vagas de estágio são para trabalho remoto, aponta Abres

por Isadora Helena Martins

Conforme a Associação Brasileira de Estágios, essa modalidade afeta, principalmente, jovens de baixa renda devido às dificuldades de acesso à internet e outras tecnologias

Foto: Divulgação / EBC

Devido à pandemia de Covid-19, muitas rotinas migraram para dentro de casa, inclusive o estágio. Considerado porta de entrada de muitos jovens brasileiros para o mercado de trabalho, o estágio foi amplamente afetado pela crise sanitária no país – em abril de 2020 houve queda de, aproximadamente, 95% no número de novas vagas segundo a Associação Brasileira de Estágios (Abres). Neste ano, antes do agravamento da pandemia, fevereiro registrou uma queda 10% nas vagas de estágio na comparação com o mesmo mês de 2020.

Além da captação das novas vagas, um dos desafios do cenário é proporcionar a continuidade das atividades para aqueles já foram contratados pelas empresas em regime de estágio. A solução encontrada por muitas organizações foi levar o estágio também para dentro da casa das pessoas. Cerca de 50% das novas vagas são para esta modalidade.

Mesmo considerando que a juventude tem certa facilidade para manipular as tecnologias, o presidente da Abres, Carlos Henrique Mencaci, pondera que a falta de acesso à internet e outros recursos, principalmente nas comunidades mais carentes, amplia as desigualdades: “Isso é um problema de exclusão social, porque piora a situação de quem é mais pobre para criar seu futuro. Então, mesmo que essa pessoa consiga estudar, está se dedicando, não vai ter um instrumento onde possa aprender muito, porque, hoje, na internet há muitos cursos gratuitos. É muito importante que a juventude tenha acesso de forma muito barata ou até mesmo gratuita para que possa crescer, possa ter mais renda e até, no futuro, ser um líder. É muito importante termos essa mobilidade social da nossa juventude”.

De acordo com levantamento da Abres, o Brasil têm 8.758.237 alunos de ensino médio e técnico e apenas 214 mil estagiam (2,44%). Já no Superior, são 8.450.755 estudantes e, desses, apenas 686 mil estagiam (8,12%). Para Mencaci, é preciso que as empresas ampliem contratações nesta modalidade, visando contribuir com a qualificação dos jovens.

Para aqueles que desejam buscar uma oportunidade no mercado de trabalho, seja por meio do estágio, ou em regime de Carteira Assinada, Mencaci sinaliza para a importância da capacitação e do investimento pessoal. Ouça AQUI.

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